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terça-feira, 22 de maio de 2012

BLACK SABBATH TOCA EM BIRMINGHAM SEM BILL WARD


No sábado passado, dia 19 de Maio, o Black Sabbath fez um show em sua cidade natal Birmingham, sem a presença do baterista original Bill Ward.
A apresentação aconteceu na O2 Arena de Birmingham, com ingressos esgotados. O show serviu como um aquecimento para os festivais Download, em junho na Inglaterra, e Lollapalooza, em agosto nos EUA, nos quais o Sabbath será headliner.
Foi a primeira vez em sete anos que Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler dividiram um mesmo palco. É lamentável que Bill Ward não participou da reunião; e é triste acompanhar a novela da desistência de Ward. Afinal bandas como o Led Zeppelin e The Who não podem reunir seus integrantes originais, por terem pelo menos um que já faleceu. Porra! Os quatro do Black Sabbath estão vivos!
Quem assumiu as baquetas no show de Birmingham (e provavelmente nos outros já marcados) foi o baterista Tommy Cufletos, da banda solo de Ozzy.
Os relatos que li sobre o encontro falam que Tony Iommi arrebentou. Não que eu duvidasse de seu talento, que já tive o privilégio de vê-lo ao vivo em 2009. É que estava preocupado com seu estado físico, depois de ter sido diagnosticado com linfoma em janeiro deste ano e ter se submetido a um pesado tratamento, o que resultou no cancelamento de muitas das datas de uma turnê européia que iniciaria agora em maio e no adiamento da gravação do anunciado novo disco da banda.
Por falar no disco de inéditas que está em fase de gravação, não achei nenhuma notícia nova.

Confira o setlist do show:
Into the Void - Master of Reality
Under the Sun - Vol. 4
Snowblind - Vol. 4
War Pigs - Paranoid
Wheels of Confusion - Vol. 4
Electric Funeral - Paranoid
Black Sabbath - Black Sabbath
The Wizard - Black Sabbath
Behind the Wall of Sleep - Black Sabbath
N.I.B. - Black Sabbath
Fairies Wear Boots - Paranoid
Tomorrow's Dream - Vol. 4
Sweet Leaf - Master of Reality
Symptom of the Universe (intro, instrumental)
Drum solo
Iron Man - Paranoid
Dirty Women - Technical Ecstasy
Children of the Grave - Master of Reality
Bis
Sabbath Bloody Sabbath (intro, riff) - Sabbath Bloody Sabbath
Paranoid - Paranoid

ROBIN GIBB, DO BEE GEES, MORRE AOS 62 ANOS


Robin Gibb morreu nesse domingo, dia 20 de maio, aos 62 anos, após uma longa batalha contra o câncer. Ao lado de seus irmãos Barry e Maurice formaram o Bee Gees, um dos grupos de maior sucesso da história da música Pop.
Gibb, que tinha se recuperado de um câncer de colón e fígado diagnosticado em 2010, foi submetido em 25 de março a uma operação intestinal. Seu irmão gêmeo, Maurice, também integrante dos BeeGees, faleceu aos 53 anos em 2003 por causa de uma obstrução intestinal.
Na minha opinião era o integrante que tinha a voz mais bonita. Ele fez a voz principal de várias canções do trio, como no megahit "I Started a Joke". Você acha brega e cafona? Pra mim, é uma das baladas mais bonitas de todos os tempos.

As pessoas tendem a destacar mais a fase Disco Music, mas o que eu gosto mesmo são as baladinhas: "How Deep is your Love", "Massachusetts", "How Can you Mend a Broken Heart?"... Uma bela voz, uma grande perda...

sábado, 19 de maio de 2012

VIPER VOLTA COM ANDRÉ MATOS NOS VOCAIS E JÁ TEM SHOW MARCADO NO RIO

Essa vai pra meu amigo Chipa:

O Viper, uma das bandas mais importantes da história do Metal brasileiro, está reunida novamente para comemor os 25 anos do seu primeiro disco, “Soldiers Of Sunrise”. A formação clássica quase completa: o vocalista Andre Matos, o baixista Pit Passarell, o guitarrista Felipe Machado e o baterista Guilherme Martin. Hugo Mariutti irá ocupar o lugar de Yves Passarell, hoje no Capital Inicial, na outra guitarra.
O show da turnê de reunião do Viper no Rio de Janeiro acontece no dia 10 de julho, no Teatro Rival. Os ingressos, que inicialmente custam R$ 50 (Estudante/Promocional antecipado) ou R$ 100 (Inteira), começam a ser vendidos no próximo dia 29.
O grupo vai tocar a íntegra dos álbuns “Soldiers of Sunrise” e “Theatre of Fate”. Além do Rio, ao menos uma outra apresentação está fechada, em São Paulo, no Via Marquês, no dia 01 de julho. Yves Passarell prometeu que participará de alguns shows devido a sua agenda com o Capital Inicial.
Na madruga de sábado para domingo o Viper deu a largada na turnê de reunião, ao se apresentar no programa “Altas Horas”, da “Rede Globo”, e graças a minha irmã que me chamou na hora, pude ver a reprise que passa no canal Multishow no domingo a tarde. A banda tocou “Living For The Night” e "Rebel Maniac" (esta originalmente da fase sem André Mattos). Veja como foi:

Viper no Rio de Janeiro
Dia 10 de julho, às 20h30, no Teatro Rival Petrobras – Rua Álvaro Alvim, 33 – Centro
Abertura da casa: 19:30
Show: 20:30
Censura: 16 Anos
Ingressos a partir do dia 29 de maio!
Preço: R$ 50 – Estudante/Promocional antecipado
Pontos de Venda:
Bilheteria do Teatro Rival Petrobras
www.ingresso.com e seus respectivos pontos de venda (Lista completa no site)
Hard N Heavy (Flamengo)
Scheherazade (Tijuca)
Sempre Música (Ipanema)
Maiores informações no site www.overload.com.br.

MAIS UMA ATRAÇÃO CONFIRMADA NO ROCK IN RIO 2013: IVAN LINS & GEORGE BENSON


Na semana passada foi anunciada a segunda atração do Rock In Rio 2013: o show conjunto no Palco Sunset de Ivan Lins & George Benson. Os dois tocaram na mesma noite da primeira edição do Festival, onde nasceu uma parceria musical e uma grande amizade.
Na coletiva, realizada na casa de show Miranda, na zona sul do Rio, também foi divulgado que Eike Batista, o homem mais rico do Brasil e o sétimo do mundo, se tornou parceiro de Roberto Medina no Rock In Rio, adquirindo 50% das ações. Os dois empresários deram entrevistas, e disseram que pretendem expandir a Cidade do Rock para EUA e Ásia.
Os dois artistas fizeram um pocket show em seguida, com 3 canções, entre elas "This Masquerade” e “Dinorah, Dinorah”. A dupla chegou a tocar junta no Rock In Rio em 1985, para 250 mil pessoas, quando foram ovacionados pelo público na música "Dinorah, Dinorah".
Roberta Medina foi a mestre de cerimônias. Ela perguntou aos músicos se traziam na lembrança a participação no festival de 85. Benson, simpático, respondeu: "Naquela noite quando olhei para o público de milhares de pessoas do Rock in Rio, senti borboletas no estômago. Talvez tenha sido até hoje o maior público para o qual toquei.". Ivan Lins completou: "Foi talvez uma das noites mais importantes da minha carreira. Lembro que estava preparado, nervoso, as minhas borboletas demoraram muito mais para ir embora. Foi um momento de encantamento, em que me senti o mais brasileiro dos brasileiros, porque consegui entender o que é o público brasileiro. Eu não era considerado uma pessoa para estar naquele palco, mas aquilo foi superado. Tinha outras pessoas que faziam a mesma música que eu, mas não receberam a mesma crítica. E eu apanhei muito daquela turma do rock dos anos 80. Sabia que não levaria vaias ou latas, porque não fui escalado para o dia dos grupos mais pesados, mas tive que entrar no palco com atitude, gritando. Perdi a voz na quarta música e nunca mais ninguém me criticou.”.
Ivan adiantou um pouco de como será a parceria em 2013: “Combinei com o George que desta vez vamos fazer um tributo àquela noite. Vamos cantar uma música de cada artista que estava lá, como Elba (Ramalho) e (Gilberto) Gil, e sugeri a ele fazer uma versão em guitarra e voz para ‘You’ve Got a Friend’, do James Taylor”.
Ok, nem Ivan Lins, nem George Benson são Rock and Roll. Mas são indescutivelmente dois grandes artistas de qualidade e renomado talento. Portanto, esse é um show que não perderei.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

MORRE DONNA SUMMER, A MAIOR DIVA DA DISCO MUSIC


A diva da Disco e da Soul Music, Donna Summer morreu hoje, nesta manhã, na Flórida, Estados Unidos. Ela não resistiu ao câncer, contra o qual lutava há alguns meses. A notícia pegou a todos de surpresa, pois nas últimas semanas Donna estava empenhada em terminar o álbum no qual estava trabalhando. Donna Summer vendeu mais de cem milhões de discos e é vencedora de cinco prêmios Grammy. Entre seus maiores sucessos estão “Hot Stuff”, “Last Dance” e “Bad Girls.

Aproveito para deixar aqui o registro do falecimento de dois músicos que foram ícones e marcos fundamentais, cada um no seu estilo:
Adam Yauch, o vocalista MCA dos Beastie Boys. O músico tinha 47 anos e sofria de câncer na glândula salivar, e morreu no dia 4 de Maio. Além de fundar o trio de hip hop em 1979 ao lado de Mike D (Michael Diamond) e Ad-Rock (Adam Horovitz), Yauch também era produtor de cinema. É um dos artistas mais importantes do Hip-hop e do Rap.

- Tinoco, José Salvador Perez, faleceu no mesmo dia que Adam Yauch. Foi o artista sertanejo que permaneceu mais tempo em atividade (82 anos). Faleceu aos 91 anos, vítima de insuficiência respiratória. Ao lado do amigo e parceiro Tonico formou a mais importante dupla da música Caipira e Regional.

QUE ISSO, MICAELA SCHAEFER?

 Você conhece Micaela Schaefer? Até ontem eu não conhecia.
Ela nasceu na Alemanha, e é modelo, atriz, apresentadora, cantora e DJ. A moça é famosa mesmo pelas roupas extremamente sensuais e reveladoras que usa em público.
Essas fotos foram tiradas da van premier de "MIB - Homens de Preto 3", onde ela atua ao lado de Will Smith e Tommy Lee Jones, e estreará em breve.
Vocês repararam como é lindo o vestido?

"YOU'RE A LIE", NOVA MÚSICA DO SLASH

Slash lançou a nova música e o clipe de “You’re a Lie”, primeiro single de seu segundo álbum solo, “Apocalyptic Love”. Myles Kennedy, do Alter Bridge, assume completamente os vocais do projeto. Ele também foi o vocalista que saiu na turnê do primeiro disco solo, "Slash" (2010), que passou pelo Brasil em 2011.

 Além de Myles Kennedy, a banda de Slash traz os integrantes do The Conspirators, com Bobby Schneck (guitarra), Brent Fitz (bateria) e Todd Kerns (baixo).
Confira:
 

sábado, 12 de maio de 2012

11 de Maio de 2012 - BUDDY GUY NO VIVO RIO

Ir a um show do Buddy Guy é ter o privilégio de testemunhar um mito, uma lenda viva do Blues em ação. Guy foi uma das maiores influências declaradas para guitarristas do quilate de Jimi Hendrix, Eric Clapton, Jimmy Page, Jeff Beck e Stevie Ray Vaughan. Basta escutar seus solos cheios de bands rasgados para entender o porquê.
Os 75 anos de idade mantém sua pegada intacta, apesar dos longos anos de excelentes serviços prestados ao Blues.
Quem chegou cedo teve a sorte e o prazer de assistir o show de abertura do guitarrista Arthur Menezes. O cara é fera, e mostrou pegada e feeling agradando em cheio uma platéia formada por vários iniciados. Arthur mistura muitas influências: Blues, Rock, Soul, Country, Música Nordestina, Rockabilly, conseguindo um resultado interessante. Foi um bom aquecimento pro prato principal.
 
Buddy Guy entra no palco após sua banda começar a base de "Nobody Understands Me But My Guitar; e já entra endiabrado, cuspindo faísca da sua guitarra. Depois pede silêncio e toca o famosíssimo riff de "Hoochie Coochie Man", que causou delírio entre os presentes.
Foi a primeira vez que assisti a um show de Guy, e tinha certeza que ficaria arrepiado logo na primeira vez que ouvisse sua guitarra. Mas oq ue me deixou mesmo impressionado foi o seu carisma, e a forma como ele domina com facilidade a platéia: "Não estou aqui para tocar blues. Estou aqui para tocar o que vocês quiserem.",disse Buddy, o que teve como resposta o grito: "Play the blues, man", soltado por um fã que não se conteve. A todo momento ele mudava a dinâmica e o andamento das músicas, e sua banda se mostrava muito entrosada. Também brincava com o volume, diminuindo e aumentando de acordo com o sentimento que queria passar.
Buddy Guy fazia literalmente o que dava na telha. Interrompia a música para falar com o público, ou simplesmente para tocar uma outra que tenha resolvido na última hora. Dessa forma ele tocou trechos de "Boom Boom" de John Lee Hooker, "Strange Brew" do The Cream e "I Miss You" dos Rolling Stones. Esta última foi parada no meio apesar de ter enstusiasmado a todo Vivo Rio que cantava junto o corinho "Uh, Uh, Uh...".
 
Buddy tocou guitarra de todas as formas: com os dedos, com palhetas, com uma baqueta, com os dentes, esfregando a barriga e até mesmo batendo com uma toalha. Na metade do show, ele ainda foi pra galera. Ele desceu do palco durante de um dos seus solos mais alucinados, e continuo tocando no meio dos fãs que não sabiam se tiravam fotos, se tentavam encostá-lo ou se beliscavam-se para ter certeza que aquele momento não era um sonho.
Guy homenageou seus discípulos mais célebres com um medley instrumental com "Voodoo Child" de Hendrix e "Sunshine Of Your Love" do Cream de Eric Clapton, onde usando o pedal wah-wah fez a guitarra chorar de forma gentil. Não poderia deixar de comentar da sua voz que está tinindo.
O velho Buddy está cantando pra cacete, com firmeza e emoção. Em pouco mais de 1h30, ele e sua banda desfilaram o fino do Blues, fazendo com que todos os espectadores saissem de lá de alma lavada. 
Classe A.

Setlist:
Nobody Understands Me But My Guitar
Hoochie Coochie Man
She's Nineteen Years Old
Someone Else Is Steppin' In
Skin Deep
(You Give Me) Fever
Boom Boom
I Just Want To Make Love To You
Voodoo Chile / Sunshine Of Your Love
I Miss You
Strange Brew
Feels Like Rain

10 de Maio de 2012 - ARTHUR MAIA NO TEATRO RIVAL

Arthur Maia não é um simples baixista. Trata-se de um dos maiores músicos do mundo. Versátil, ele é capaz de tocar qualquer estilo. E sua carreira prova isso. Já acompanhou vários dos mais aclamados artistas: Djavan, Ivan Lins, George Benson, Lulu Santos, Jorge Benjor, Ney Matogrosso, Milton Nascimento, Flávio Venturini, Gal Costa, Marisa Monte, Martnália, Seu Jorge, Beto Guedes, João Bosco, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Martinho da Vila, Roberto Carlos. Aos 22 anos de idade, foi um dos fundadores do Cama de Gato, a mais importante banda instrumental do Brasil. Em 1987 montou o Egotrip, grupo de Pop Rock, com letras e arranjos trabalhados, lançou um único disco; com carreira meteórica, pois se separaram após a morte do baterista Pedro Gil (filho de Gilberto Gil), em um acidente de carro em 1990.
Paralelamente a tudo isso Arthur já lançou cinco CDs solos, a maioria de forma independente. O mais recente é "O Tempo e a Música", lançado no ano passado pela Biscoito Fino. É o seu disco mais brasileiro. E esse foi o clima do show, uma verdadeira viagem musical pela nossa diversidade cultural.


Luis Otavio Paixão (teclados), Rafael (trombone), Bruno Santos (trompete) e Felipe Martins (saxofone)

Além disso a noite foi uma reunião no palco de grandes músicos e amigos, que são acima de tudo, admiradores do talento de Arthur Maia. Quem estava na platéia também compartilhava esta admiração, e pode "babar" e se emocionar com o belíssimo arranjo no baixo fretless para "Abismo de Rosas", de Dilermando Reis; que foi dedicada ao pai de Arthur.

O guitarrista Felipe

A sequência "Hey Jude" (Lennon/McCartney) e "Ju" (composição de Maia), foi dedicada a filha Juliana que assistia na primeira fila. Arthur explicou o significado da dobradinha. É que sua filhota quando era pequena achava que a música dos Beatles foi feita pra ela; para evitar possíveis traumas, ele fez uma canção em sua homenagem.

Cassio Duarte na percussão e Felipe Martins na bateria
Depois foi a vez da quebradeira geral com "Arthur e o Gigante", composição ao mesmo tempo complexa e bela, escrita para o baixista por William Magalhães, que estava na platéia e foi saudado pelo músico. Foi interessante ver boa parte do público cantarolando o intrincado tema da canção.
Arthur Maia contou que sua mãe (que também estava presente) sempre reclamou que seus shows são legais, mas muito cheios de improvisos instrumentais. Para agradar a mamãe, ele cantou "Alívio", sua parceria com Djavan, presente no disco do alagoano, "Coisa de Acender" (de 1992).
Com a participação de Sérgio Chiavazzoli no bandolim, continuou no microfone, cantando "Já Queira", lembrando seu tio-avô Jota Castanha, compositor de alguns clássicos da MPB como "Lábios que Beijei".
Fiquei alucinado com a versão funkeada e cheia de slaps do chorinho "Brejereiro". Como o próprio Arthur comentou, é quase inacreditável o fato de uma música tão moderna como esta já tem 107 anos. Coisas de gênios como Ernesto Nazareth.

 Sérgio Chiavazzoli (bandolim e guitarra) com Arthur, e abaixo o guitarrista Fernando Caneca
A próxima convidada foi a bela cantora Aline Calixto que esbanjou charme e afinação em "Je Sui la Marie" e "Minha Palhoça", ambas presentes nas trilhas sonoras de novelas globais. Arthur Maia é o produtor do disco de estréia de Aline, e desse trabalho nasceu uma parceria musical e uma grande amizade.
A cantora Aline Calixto
 
O grande convidado da noite não poderia ser outro: o mestre Gilberto Gil, que entrou discreto e sereno com seu violão pra tocar a instrumental "Um Abraço no João", composição de Gil em homenagem a João Gilberto.
Com Gil na guitarra levaram o super clássico "Palco", com direito a super solo de baixo. O baiano estava super descontraído e humilhou na simplicidade, com seus solinhos que foram reverenciados por todos os músicos da banda, que dobravam as notas que ele tocava. Saiu do palco ovacionado, como não poderia ser diferente.
Gilberto Gil

Enquanto Gilberto Gil tocava, houve troca entre os músicos: entraram o tecladista Claudio Andrade e o mestre Jorginho Gomes na bateria (nas fotos abaixo), que tocou a primeira vez com Gil aos 14 anos de idade, antes de entrar para os Novos Baianos com seu irmão Pepeu Gomes.
 
Arthur Maia é um virtuose que não abusa da técnica pra vomitar cem mil notas por segundo. Sua onda é outra. Ele se liga mais nas melodias e no balanço. Seus improvisos agradam o ouvido, não é aquele tipo de solo "olha como eu sou fodão".
De surpresa e sem ensaio, Maia chamou ao palco o tecladista William Magalhães, o herdeiro da fenomenal Banda Black Rio. E sua canja foi justamente o maior sucesso do grupo, a sensacional "Maria Fumaça", tocada no improviso, e mesmo assim foi um dos pontos altos do show.
William Magalhães, herdeiro da Banda Black Rio

Comprovando o que escrevi no começo da resenha, Arthur passeia e toca com competência uma infinidade de estilos. Sendo assim fez todo mundo balançar com "Frevo" e "Salsa", com espãço pra todos solarem e brilharem.
No fim, Maia vai ao microfone: "Existe uma lei que proibe que menores de idade subam no palco sem autorização do Juizado. Sendo assim, Michael, fica aí, que vou levar meu baixo até aí.". E levou o instrumento para o garoto franzino e baixinho de 16 anos, que cheio de atitude pediu o microfone e discursou agradecendo a oportunidade, e contando que desde pequeno sonhava em conhecer o Arthur Maia, e que chegou a escrever carta pro "Sonho Maluco" do Programa do Gugu. Ele disse que está muito feliz e honrado em tê-lo agora como amigo e mestre.
O menino era Michael Lima e Silva, o Pipoquinha, que brilhou no Faustão como o prodígio do contra-baixo aos 13 anos de idade. O moleque é um verdadeiro fenômeno. A mãos e os dedos são pequenos, mas seu talento, técnica, pegada e virtuosismo são gigantescos.
O jovem baixista Michael Lima e Silva, o Pipoquinha
Enquanto Pipoquinha mandava no baixo, Arthur foi pra bateria e mandou bem. Depois chamou Felipe Martins de volta e ficou comandando a festa como um maestro, de vez em quando solfejava alguns solos no microfone e tocava um baixo imaginário.
Além de ser um músico extraordinário, Arthur Maia esbanja simpatia, faz graça, conta piada, um verdadeiro show man. Prova que é muito bem quisto, e sabe retribuir o afeto promovendo a todo instante seus colegas e amigos músicos.
Apesar da baixa estatura é um grande homem, e sua música é maior ainda.
Arthur Maia mandando bem também na bateria.

SETLIST:
Amazonas
Abismo de Rosas
Hey Jude
Ju
Arthur e o Gigante
Alívio
Já Queira
Brejeiro
Je Sui la Marie
Minha Palhoça
Macabu
Um Abraço no João
A João Opaxorô
Palco
Maria Fumaça
Frevo
Salsa
De Ombro

domingo, 6 de maio de 2012

SOUNDGARDEN ESTÁ NA TRILHA SONORA DE "OS VINGADORES"

No feriado assisti no cinema em 3D ao eletrizante "Os Vingadores". Altamente recomendável, mesmo se você não for chegado a filmes de super heróis. Cenas de ação de tirar o fôlego, efeitos especiais surreais, humor, elenco de peso, personagens carismáticos, tudo costurado por um roteiro bem escrito. Somado a tudo isso, muito Rock and Roll. Prova disso é Robert Downey Jr que interpreta mais uma vez Tony Stark/Homem de Ferro, aparece em cena com uma t-shirt do Black Sabbath. O CD da trilha sonora traz Scott Weiland - o vocalista do Stone Temple Pilots, Bush, Rise Against, Evanescence, entre outros. Apesar de tocar AC/DC no filme, não foi incluída nenhuma música da banda no álbum. O destaque fica com Soundgarden com a exclusiva "Live To Rise", que fecha o longa, e foi composta especialmente para o filme pelo vocalista Chris Cornell, e não deve entrar no novo disco de estúdio da banda, previsto para sair no fim deste ano. Confira o clipe da canção: O Soundgarden atualmente está em turnê pela Europa, onde se apresentará esse mês em Paris. Em Junho tocarão no Downloud Festival em Londres, no mesmo dia do Black Sabbath, Megadeth e Black Label Society.

5 de Maio de 2012 - SEPULTURA NA QUINTA DA BOA VISTA - VIRADÃO CARIOCA

É pra comemorar: Sepultura de graça no Rio de Janeiro! Esse feito histórico aconteceu na terceira edição do Viradão Carioca. Em 2010 vi Lulu Santos no Rio das Pedras; em 2011 Paralamas do Sucesso em Bangu. E nesse ano, apesar da enorme quantidade de atrações, mais uma vez só assisti a um dos shows. Mas não foi qualquer show:
Sepultura, porra!!!
O palco da Quinta da Boa Vista foi montado no vale me frente ao Museu Nacional. O formato do lugar proporciona uma boa acústica, e permite que todos tenham uma excelente visão do espetáculo.
Cheguei de carro sem pegar muito trânsito, e consegui facilmente uma vaga no estacionamento em frente ao Zoo, pagando dez reais. Havia muitos PMs e guardas municipais por todo o parque, e o clima era de total tranquilidade.
Achei o público pequeno, principalmente se comparado a última vez que estive por lá em 2010 pra ver o Show de são João com Gilberto Gil e Convidados (Leia a resenha). Se fosse em São Paulo, com certeza estaria mais do que lotado. Acabei saindo de casa tarde, e a única coisa que vi do show do Korzus foi os integrantes se despedindo e agradecendo.
Se a presença do público decepcionou negativamente, a qualidade e a potência do som me surpreenderam positivamente. Tudo bem equalizado e extremamente alto. Uma verdadeira porrada. Além disso, platéia e banda estavam em perfeieta sintonia. É meu caro, se você não foi, pode se rasgar...
O repertório cobriu toda a carreira do Sepultura, desde os primórdios (com "Inner Self") até hoje em dia (com "Kairos" do CD mais recente), com perdão ao plágio da letra de "Homem Primata".(Rsss). Rolaram duas covers da pesada: "Just One Fix" do Ministry, e "Polícia" dos Titãs, que chegou a ser lançada como extra no álbum "Chaos AD". Não faltaram os clássicos da fase Max Cavalera: "Territory", "Refuse/Resist", "Arise", "Roots Bloody Roots". Foi foda ouvir "Dead Embrionic Cells", uma das minhas preferidas que fazia tempo não via a banda tocar.
A iluminação e o telão também foram pontos altos. A produção foi exemplar, digna de nota dez. Mesmo quem não é fã da porradaria sonora do Sepultura tem que admitir que foi um showzaço (não é mesmo , Mell?).
É impossível não comentar a perfomance do novo baterista Eloy Casagrande. O garoto é um fenômeno. Animalesco, monstro, bestial são algumas das palavras pra definir o que ele faz. Ele alia a pegada animal e a atitude de Igor Cavarella com a técnica e a virtuose de caras como Mike Portnoy e Vinnie Colaiuta. Ele não se limita a reproduzir os consagrados arranjos originais. Não é preciso ficar muito atento pra perceber que ele adiciona detalhes, novas viradas e sua personalidade em cada interpretação, sem  descaracterizar as músicas. Sem contar o trabalho impressionante com o bumbo duplo. O cara me deixou embasbacado. Já o conhecia desde 2005, quando ele com 14 anos foi premiado e se apresentou no Modern Drummer Contest, em New Jersey, no evento/show organizado pela mais importantes revista sobre bateria do mundo. Depois vi sua evolução tocando na banda de apoio do vocalista André Matos. Eloy deixou de ser uma grande promessa para se tornar um dos grandes. A descrição do guitarrista Andreas Kisser ao apresentá-lo antes do seu curto solo de bateria foi perfeita: "Esse é nosso novo baterista Eloy Casagrande. Mais um monstro brasileiro para o mundo".

Setlist:
Refuse/Resist
Kairos
Relentless
Dead Embrionic Cells
Convicted In Life
Dialog
Attitude
Choke
Mask
Sepulnation
Inner Self
Just One Fix (Cover do Ministry)
Arise
Polícia (cover dos Titãs)
Territory

Bis:
Rattamahatta
Roots Bloody Roots

sábado, 5 de maio de 2012

4 de Maio de 2012 - TITÃS - SHOW CABEÇA DINOSSAURO NO CIRCO VOADOR


O tempo voa... Já faz 26 anos que o "Cabeça Dinossauro" foi lançado. Um álbum fundamental na minha formação tanto musical quanto de caráter; afinal foi  o primeiro disco que comprei na vida, e fez com que os Titãs se tornasse a minha banda nacional preferida desde os meus 10 anos de idade.
Dá uma sensação estranha ver os Titãs no palco hoje em dia, formado por apenas 5 integrantes, e lembrar que antes eram 8. Mais triste ainda é não termos Charles Gavin na bateria, apesar do bom trabalho realizado por  Mario Febre.

A apresentação é parte das comemorações dos 30 anos dos Titãs, com a execução do "Cabeça Dinossauro" na íntegra. Nada mais nada menos que o disco mais importante da história da banda, e um dos mais relevantes do Pop Rock nacional e da MPB. Além das músicas do LP, vários petardos do repertório mais pesado foram executados, alguns deles há muito tempo não apresentadas ao vivo, como pérolas do excelente "Titanomaquia", como "Nem Sempre Se Pode Ser Deus", "A Verdadeira Mary Poppins" e "Será Que É Disso Que Eu Necessito?".

O Circo estava com ingressos esgotados, e com o público formado por diferentes faixa-etárias, que pulava antes do show, ao som de Nenhum de Nós, Metrô, Ultraje à Rigor e Legião Urbana. Mas a galera queria  logo o início da apresentação, e no gargarejo, onde a média de idade passava os 35 anos, ecoavam urros de "Titãs! Titãs!". Até que as luzes se apagaram, o palco foi iluminado, e a batida tribal de "Cabeça Dinossauro" foi o estopim para começar o delírio, comandado por Branco Mello nos vocais e baixo.

A banda seguiu a risca o "projeto álbum", e tocou o disco faixa a faixa, exatamente na ordem. Na sequência, Sergio Britto exigiu e o público se esgoelou no refrão de "AA UU". Branco entregou o baixo a Sergio para voltar ao microfone para cantar "Igreja", que originalmente tem a voz de Nando Reis. Por falar no ex integrante, muito dos fãs ainda estão na bronca com ele, prova disso eram os gritos de "Nando Reis vai se foder!" que pipocavam da platéia a cada execução de canções que tinham o vocal de Nando. O ex baixista faz uma certa falta, pois Branco é até esforçado, mas falta a ele um certo balanço para tocar o instrumento; sem contar suas limitações técnicas, usando apenas dois dedos da mão direita para tocar as notas.
Quando Branco canta quem vai pro baixo é Sergio, que é ainda mais limitado, usando um dedo só pra tocar. Mas o que falta em técnica e virtuosismo sobra em atitude e vibração, o que torna tudo mais sujo, cru e pesado, aproximando a sonoridade ao Punk Rock, justamente a maior inspiração para o celebrado "Cabeça". Exemplos clássicos são: "Polícia", e a "Face do Destruidor" ( hardcore com velocidade supersônica que foi executada pela última vez em 1993 na turnê "Titanomaquia").
 
Paulo Miklos sem comprometer seu trabalho vocal,  faz bonito na guitarra, cumprindo muito bem o papel do falecido Marcelo Fromer, compondo fraseados e riffs com Tony Bellotto que continua comandando a guitarrada. Lamentavelmente as guitarras estavam com o volume baixo, praticamente em toda a primeira parte do show. Melhorou um pouco com a adição de mais uma, a do convidado especial Liminha, produtor de "Cabeça Dinossauro" e de mais 4 álbuns dos Titãs, que subiu ao palco em "Família", "Homem Primata", e "Dívidas". Esta última não fazia parte dos repertórios de shows desde 1986; Branco tentou desafiar a platéia cantando à capela, pra saber se alguém lembraria a letra, e para a sua satisfação, teve como resposta o forte coro dos fãs.

"O Que?" fechou a primeira parte, trazendo sua bateria eletrônica funkeada, e Paulo Miklos nos vocais. Depois de um intervalo o Rock and Roll rolou direto, com um apanhado geral da trajetória do grupo, apesar de terem ignorado álbuns como "Tudo ao Mesmo Tempo Agora" e "Domingo" na montagem do setlist.

Mas não dá pra reclamar do resultado. É nítido e notório o tesão que esses caras ainda têm em tocar juntos. É ainda mais fascinante ver a presença de palco, a entrega e o domínio que os três vocalistas  exercem para comandarem a massa. Todos cinquentões, parecem adolescentes dominados pelos hormônios que fervilham pela força desenfreada do Rock and Roll.

Esse efeito rejuvenescedor também faz efeito nos espectadores. Eu mesmo parecia um moleque de no máximo 15 anos, pulando como louco e gritando como se estivesse sob efeito de um anabolizante ou entorpecente. E realmente estava. A força daquela música tinha o efeito tão avassalador que todo o cansaço, aborrecimentos e stress da semana caiam no total esquecimento, pelo menos naquelas horas. Voltava a ser aquele menino que pirava ouvindo aqueles LPs que quase furaram de tanto tocar.

Também apontaram para o futuro, com a inédita "Fala Renata", trazendo muito peso misturado com passagens de baião. Sergio Britto: "Essa é inédita. Ainda não sabemos se vamos gravá-la". Se não fizerem o registro oficial será uma pena, porque a galerinha ligada em "restarts e cines da vida" teria muito o que aprender com esse som.

Antes que algum engraçadinho tivesse tempo de gritar "Toca Raul!", a banda mandou "Aluga-se", com Britto e Miklos dividindo os vocais. Um dos pontos altos da noite veio na sequência, com "Diversão" tendo o riff de guitarra cantado pelo público, antes durante e depois que da canção.

Liminha voltou para uma canja nas duas útimas: "Lugar Nenhum" e "Flores", dois dos maiores clássicos do Rock tupiniquim. Para tristeza geral, o bis trouxe apenas "Sonífera Ilha", o primeiro sucesso radiofônico. Todo mundo queria muito mais, e tradicionalmente os Titãs atendem aos pedidos para voltar. Mas dessa vez foi diferente, mesmo com a gritaria de "Mais Um!" o show foi encerrado.
Como de costume saí do Circo Voador surdo, só que um tanto mais feliz e emocionado do que de costume.
Quem perdeu essa, tem a segunda chance com o show extra no dia 9 de Junho. Vai dar mole de novo?

SETLIST:
Cabeça Dinossauro
AA UU
Igreja
Polícia
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