Minha idéia inicial era fazer da mesma forma como no show do Metallica: Rodoviária X Morumbi X Rodoviária. Mas a Mell foi contra: "Tá Maluco? Assim vai ser muito cansativo. Vamos ficar num hotel." Com isso o orçamento aumentou consideravelmente.
"Ah... porque a gente não vai de avião?" Putz... assim eu vou falir...
Mas pensei um pouco, lembrei que nossa última viagem tinha sido pra Arrail do Cabo, no ano passado, e percebi que merecíamos.
Resolvemos que iríamos de ônibus, voltaríamos de avião, e ficaríamos num Hotel. O escolhido foi o Ibis na Avenida Paulista, por se localizar num meio termo entre Rodoviária, Morumbie e Aeroporto de Congonhas.
Então já que iria ficar um fim de semana inteiro em Sampa, queria realizar outros sonhos além do de ver o Show do Paul McCartney: ir no Zôo de São Paulo e na Galeria do Rock.
Compramos os ingressos, as passagens, e vimos no "Google maps" os melhores caminhos pra fazermos todos os programas. Incubi a Mell de depois imprimi-los, para não nos perdemos em São Paulo. Eu apesar de ter nascido na capital de São Paulo, não conheço absolutamente nada de lá; costumo dizer que sou paulista mas não exerço.
Discutimos e brigamos feio, quando descobri que a Mell havia impresso os piores caminhos, por exemplo: da Rodoviária pro Hotel dá pra ir de Metrô, mas nas folhas impressas o caminho era de pegar dois ônibus e ainda percorrer um caminho a pé por mais dez minutos. A discussão ficou mais feia, quando ao tentar ver no Google o caminho usando o metrô descobri que estava sem internet em casa. Mas graças a Deus a conexão voltou, poucos minutos antes do táxi que nos levaria à Rodoviária chegasse. Anotei como deveríamos proceder no Metrô pra chegar ao Hotel, e entramos brigados no táxi.
O ônibus saiu às 23:55 h, e chegou em São Paulo por volta das 6:00. Tomamos café, fizemos as pazes, e usando minhas anotações, fomos pro Hotel de metrô. Pra quem não sabe, enquanto o metrô do Rio possui duas linhas, no de São Paulo são doze; ou seja, é muito fácil de se perder por lá. Mas chegamos fácil no Hotel, deixamos nossas malas, e fomos para o Zôo.
Pra variar o caminho que tínhamos não era o melhor, as depois de algumas confusões descemos na Estação Jabaquara, aonde tem um guichê aonde pode-se comprar os tíquetes de ida e volta do microônibusas entradas para o Zôo.
Sempre quis visitar o Zoológico de São Paulo, já havia ido quando era muito pequeno (com menos de 3 anos) mas não lembrava de nada. Sempre adorei zoológico, desde criança, ir à Quinta da Boa Vista (no Rio) é ainda um dos meus programas prediletos.
E o Zôo paulista é gigantesco! E tem várias particularidades. Os locais aonde ficam muito dos animais não possuem grades; em alguns casos existem paredes de vidros, ou são isolados por obstáculos como fossos. Além disso, as "jaulas" são grandes e repletas de vegetação, tentando copiar o habitat natural de cada espécie. Dessa forma se consegue fotos lindas, sem aquelas grades atrapalhando, como dessa belíssima onça-pintada.
Em muitos casos, os animais ficam muito próximos do público, como é o caso do casal de antas, que atenderam ao meu chamado, se aproximaram, e receberam um carinho.
Os macacos ficam em ilhas localizadas num imenso lago, separados por espécies (a da foto ao lado é o macaco-aranha, cada uma em uma ilhota, onde em volta nadam diversas aves aquáticas como dezenas de cisnes negros, marrecos, patos, gansos, pelicanos e garças.
No acervo constam alguns bichos que não são encontrados no Zôo do Rio, como rinocerontes, leões-marinhos, mico-leão-dourado, bisão, leopardo-das-neves, abutre, e tartarugas-gigantes.
Nunca tinha visto um gavial, uma espécie de crocodilo indiano, carcterizado pelo focinho estreito e alongado, e pela característica de ter os dentes visíveis mesmo com a bocarra fechada. Há registros de espécimes medindo até seis metros de comprimento. Se encontra em grande ameaça de extinção, não ultrapassando o número de 300 na natureza. Na foto abaixo, um funcionário limpa a piscina do gavial, enquanto este toma um banho de sol.
Veja o gavial, na foto aproximada, mostrando a coragem do homem, durante o seu trabalho.
Mais um detalhe "nerdiano": no do Rio o elefante é asiático, e no de São Paulo é africano, que é mais raro de se encontrar em cativeiro. O elefante africano é maior, mais pesado e mais arredio que o asiático, que na Índia chega a ser domesticado. Outra diferença é que o africano tem as orelhas maiores. Como eu sei tudo isso? Não é vendo no Google não. É que fui um nerd na infância, com seis anos devorava livros de zoologia, e queria ser zoólogo quando crescesse.
Assim como no Rio, há os locais especiais aonde ficam os animais mais exóticos, como no caso dos anfíbios, répteis (como a lagartixa branca de Madagascar), escorpiões, serpentes e aranhas-caranguejeiras.Outra atração era o filhote de girafa, que flagrei mamando.
E na foto abaixo, posando na frente da girafa, um belo exemplar da onça-verde-carioca.
Funcionando em anexo ao zoológico, o ZooSafari permite a experiência de estar mais próximo ainda dos animais. pagando-se mais treze reais por pessoa, é feito o passeio em uma van com guia, ou em carro particular, passando aonde os animais ficam soltos . Trata-se do antigo "Simba Safari", que depois que faliu passou a ser administrado pelo Zôo. A diferença é que os tigres e leões não ficam mais soltos como antigamente.
Pavões brancos e reiais, zebras, camelos, lhamas, hipopótamos, bisões, avestruzes e emas passeiam livremente, e alguns deles podem ser alimentados, bastando apenas comprar a ração por 3 reais.
Adquirimos a ração, e começamos a achar que foi o dinheiro mais mal gasto da viagem, porque os bichos desconfiados teimavam em não comer em nossa mão.
Até encontrarmos os veadinhos paulistas, que estavam simpáticos e sem cerimônias. Demos (sem trocadilho, por favor) comida em suas bocas. Que fofinho...
Foi um passeio delicioso, e quando estávamos no metrô comprando as passagens de volta, vi dois caras, um cabeludo com uma camisa do The Cult, e um careca usando uma do Rainbow, e logo pensei: "Esses caras com certeza sabem chegar na 'Galeria do Rock'". E realmente sabiam.
Disseram que inclusive estavam indo pra perto de lá pra participarem da "Virada Esportiva", mas não sabiam se a galeria estaria aberta porque era feriado de Zumbi, e que se eu quisesse poderia ir com eles. Aceitei, porque mesmo que se tivesse fechado, pelo menos aprenderia o caminho. Os rapazes eram Marcos e Leandro, os apresentei a Mell, e fomos no caminho conversando sobre Rock, Metal e das diferenças entre Rio e São Paulo.
Descemos na Estação São Bento, e andamos um pouco até à Avenida São João, que ficou imortalizada na "Sampa" de Caetano. Ao chegarmos na Galeria, repleta de gente, com tipos dos mais variados e todos convivendo em harmonia: Punks, Headbangers, fãs de bandas como Motley Crue usando maquiagem e unhas pintadas, góticos, rastafaris, emos, garotos com roupas coloridas, gatinhas com camisas do Metallica e Iron Maiden, meninas com visual bizarro, e caras de preto, usando botas e sobretudo, num visual próximo ao do filme "Matriz", debaixo de sol e de um calor de mais de 35 C.
Ao entrarmos conheci a minha verdadeira "disneylândia". Quatro andares com lojas vendendo todo tipo de material relacionado ao Rock e seus subgêneros. Meus novos amigos nos levaram até a "Red Rose", loja aonde encontrei camisetas que nunca encontraria no Rio. Comprei logo três, uma do Paul McCartney, uma do Jimmy Page e uma do John Bonham. O preço? Vinte Reais cada, por aqui uma sairia por no mínimo quarenta.
Fiquei maluco com as dezenas de lojas de CDs e DVDs, muito deles raros. O problema é que eu e Mell estávamos cansadíssimos e morrendo de vontade de tomar um banho, nos despedimos, e fomos para o Hotel. Na segunda-feira, antes de ir para o aeroporto, fui obrigado a voltar na Galeria, porque a vendedora errou no tamanho de uma das camisas. Além de trocar, comprei mais duas, uma dos Beatles pro meu pai, e uma com Paul e Ringo, escrito "Drum'n'Bass".
Marcos e Leandro (meus novos colegas paulistanos) e eu: a Irmandade Rock'N'Roll.
No hotel, depois de um banho relaxante, resolvemos comer uma Pizza no bairro do Bixiga. Pegamos um táxi e pedimos uma sugestão do taxista, que nos levou para o Távola. Ao entrarmos a recepcionista nos perguntou se queríamos um ambiente com ou sem música. Perguntei qual o tipo de música e MPB foi a resposta. Sentamos e o músico tocou de tudo, menos MPB, Canções italianas, Santana, Maná...
O ambiente ao mesmo tempo brega e sofisticado, lembrando o programa da Hebe, me deu o pressentimento de que os preços eram salgados. Pedimos o cardápio, e conclui que estava certo, pratos de massas simples custando em torno de R$90,00. E não tinha pizza! Demos uma desculpa ao garçon, e fugimos de lá.
Estávamos morrendo de fome, e fomos andando até encontar uma pizzaria cujo rodízio custava R$19,00. Entramos, e nos decepcionamos. A pizza nem era tão ruim, mas poxa, estávamos em São Paulo, e no Bixiga, a pizza tinha que estar sublime. A massa era meio grossa, mas o pior de tudo era o atendimento. Os garçons simplesmente ignoravam a nossa mesa, percebi que estávamos com um daqueles avisos no vermelho "Não, Obrigado". Troquei para o verde, e continuou o problema. Quando a primeira pizza chegou,reclamei da demora, e o garçon ignorou solenemente as minhas falas, ficou mudo, como se eu não tivesse dito nada. Depois percebi que todos ali estavam putos com o atendimento. Presenciei uma cena inédita: uma garota queria uma pizza que estava sendo servida, a garçonete passou direto, a moça foi atrás,levantou com o prato e pediu um pedaço, e nem assim foi atendida.
Dali fomos andando até a Rua 13 de Maio, indicação da minha amiga Vivi, aonde existem pelo menos 3 bares de Rock'n'Roll um do lado do outro: The Wall (que estava fechado), Piu-Piu (que tinha fila pra entrar e show de Clássic RocK) e Café Aurora com banda cover de Beatles.
Numa rua paralela ainda conhecemos o Seven Beer, mais no estilo pé sujo, e com uma galera mais hardcore e heavy metal. Não entramos em nenhum deles, porque estávamos exaltos, e decidimos ir pro Hotel dormir e nos prepararmos pro Show de Paul McCartney, mas com certeza voltaremos lá quando estivermos de novo em Sampa.
Adorei seu relato, vc descreve tão bem. Pessoalmente vc não contou nada disso, agora vou falar com vc pelo computador qdo quiser saber das coisas, rsrsrs. E a Melissa está linda nas fotos, vc escolheu mto bem.
ResponderExcluirOi Cris, que bom que gostou da postagem, volte sempre ao meu Blog.
ResponderExcluirAchei interessante, engraçado e um pouco injusto o seu comentário.
Te contei várias coisas da viagem, mas se fosse contar todos os detalhes como na postagem, eu teria que fazer uma palestra... Rsss
E concordo com vc, a Mellissa é realmente linda.
Beijão
Kakaka...Concordo com a Cristina!
ResponderExcluirVocê pessoalmente tem boca e quase não fala!
Quanto à Melissa, ela é mesmo uma gatinha!
Bjs.
Qta injustiça, Malu...rssss
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