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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

11 de Setembro de 2011 - WHITESNAKE & JUDAS PRIEST no Citibank Hall (RJ)

Eu estava há muito tempo querendo rever um show do Whitesnake, pois os últimos que assisti foram as passagens da banda pelo Brasil em 2006 (com Judas Priest) e em 2008. Mas dessa vez, lamentavelmente o grupo de Coverdale foi apenas a "Banda de Abertura". Com um setlist reduzido (de pouco mais de uma hora), ocupando praticamente 1/4 do palco, e ainda encarando o som completamene embolado.
Frequento a casa desde sua inauguração em 1994, quando ainda se chamava Metropolitam, e nunca presenciei a um show ali com som ruim ou mal regulado. E foi acontecer justamente com o Whitesnake...
Às 20:55h, as luzes se apagaram e começou a soar "My Generation", grande clássico do The Who", ao fim da canção, David Coverdale e seus comparsas adentraram ao palco, mandando "Best Years", do penúltimo disco de estúdio "Good To Be Bad". Em seguida, levaram na sequência 3 super Hits da fase mais popular dos Anos 80: "Give Me All Your Love", "Love Ain’t No Stranger", "Is This Love".
David Coverdale, 60 anos no próximo dia 22, é indiscutivelmente um dos maiores vocalistas da história do Rock. É cruel e injusto exigir que o cara tenha a mesma potência vocal de seus tempos áureos. Mas apesar de algumas músicas tocadas alguns tons abaixo do original, Coverdale continua cantando muitíssimo bem, no mesmo nível dos coroas com a voz privilegiada como John Fogerty, Glenn Hughes e Paul McCartney. O duro é ver gente com renome no jornalismo musical, como Jamari França falando barbaridades como: "...ele ostentou um timbre rouco em retalhos com direito ainda a alguns falsetes com muito eco.". Caramba! Coverdale canta alternando a voz rouca e agudos desde o tempo em que o atual presidente do Vasco ainda tinha um chute com a potência de uma Dinamite.
O pior é ler a resenha do show de São Paulo no site da Globo (G1), aonde o sujeito que se diz jornalista escreve: "O vocalista David Coverdale conta com apoio de playback - às vezes afasta a boca do microfone e o som de sua voz continua. Mas nada que prejudique sua performance...". Putz, rapaz você deve estar de sacanagem. Era o show do Whitesnake, uma lenda do Rock "old school", você não estava numa apresentação da Rihanna ou da Britney Spears. O que você ouvia era os excelentes backing vocals feitos pelos músicos da banda". E por falar neles, na banda só tinha feras. Atualmente a melhor dupla de guitarristas, Doug Aldrich (ex Dio) e Reb Beach (ex Winger) mostram entrosamento e muita técnica nos solos, com destaque para Aldrich que em um momento relembra o começo da carreira da "Cobra Branca", mandando muito bem no slide guitar, quando Coverdale explica: "o instrumento do diabo é a guitarra slide". O baixista Brian Ruedy segrou bem a onda, enquanto Brian Tichy não fazia feito sentado no lugar que já foi de Monstros como Cozy Powell, Tommy Aldridge e Ian Paice. O tecladista Brian Rudey ficou mais nas bases e preenchimentos, mas no fim, no clássiso do Deep Purple "Burn", reproduziu com competência o magistral solo de John Lord. E infelizmente, nessa música foi o momento em que o som estava pior. Muito embolado, o que quase descaracterizou a canção.
Teve mais Purple em "Soldier of Fortune" cantada a capella; mas a banda merecia mais tempo, já que é quase inconcebível um show do Whitesnake sem "Ain't no Love in the Heart of The City", e "Fool For Your Loving", por exemplo.
Numa coisa eu concordo com Jamari, as letras do Whitesnake ficam no limiar da breguice, já que geralmente exageram na sacarose. Se fosse em portugês ficaria difícil de engolir. Mas no inglês acaba passando. Além disso, dá pra perceber verdade nas palavras que David canta, e isso faz muita diferença. Assim, a nova "Forevermore" apesar da letra sentimentalóide, causa arrepios pelo arranjo zeppeliano, e pela força da interpretação do vocalista.
Os donos da noite era mesmo o Judas Priest, com 21 músicas em mais de duas horas. O show foi precedido com "War Pigs" do Black Sabbath que levou todo mundo ao delírio. Com o som perfeito, muito mais alto e bem melhor regulado, a banda ainda contava com cenário cheio de correntes, lança-chamas com altas labaredas de fogo, telão no meio do palco, jatos de fumaça, projeções e muito raio laser.
Rob Halford, com 60 anos completados, aparecia com um casaco diferente para cada número, geralmente de couro, única exceção foi a capa prateada com capuz e um tridente, para encarnar Nostradamus na música "Prophecy". Aparentando dificuldade para se locomover, Halford também cantou bem, mas nunca foi um vocalista no nível do Coverdale. O cantor apresentava cada música, explicando o ano e o disco de onde pertencia, com a capa do álbum normalmente aparecendo no telão.
Trata-se da "Última Turnê" do Judas, e quem acredita? Ozzy Osbourne e Eric Clapton também já anunciaram o adeus, mas continuam viajando pelo mundo em novas tours. O guitarrista e fundador K.K. Downing não quis participar da "despedida", e o sustituto Richie Faulkner é tecnicamente bem melhor, e inclusive toca mais que o remanescente Glenn Tipton.
Faulkner ainda toca com um tesão incrível, provavelmente orgulhoso por estar no palco ao lado de seus ídolos. Confesso não ser fã do Judas Priest, mas acho seus arranjos um tanto repetitivos, e pra mim fica um pouco cansativo.
Pra isso não acontecer, no Heavy Metal tradicional é fundamental que a dupla baixista e baterista seja criativa e original, o que não é o caso de Ian Hill e Scott Travis. No estilo temos vários exemplos de ótimas "cozinhas", como o Black Sabbath com Butler e Ward (ou Bulter e Appice), ou o Iron Maiden com Harris e McBrain, que são duplas que fazem a diferença. A exceção é "Painkiller", que foge bastante ao estilo tradicional do Judas Priest, indo mais para o Speed Metal, e está presente no álbum com o mesmo nome, que marca exatamente a entrada de Scott Travis na banda. E essa música é realmente matadora, com uma ótima introdução de bateria, com bumbo dulpo avassalador, copiado até hoje por inúmeros bateras de Metal. O problema que parece que Travis depois desse disco, foi obrigado a cumprir a risca o velho estilo do grupo britânico, se limitando a fazer o básico.
A tradicional e esperada entrada da motocicleta Harley Davison s´s foi acontecer no bis em "Hell Bent For Leather". Depois o Brasil foi homenageado em "You’ve Got Another Thing Coming", com direito a bandeira do Brasil no telão e a intro do hino nacional tocada pelo guitarra de Richie.
Ainda rolou um segundo Bis, com "Living After Midnight" encerrando a uma meia da manhã, uma maratona de dois shows com duas das melhores bandas que o Heavy Metal e o Hard Rock já produziram. Pra acordar cedo na segunda-feira pra trabalhar não foi moleza. Mas valeu a pena. Rock And Roll Will Never Die.


SETLIST WHITESNAKE:
Best Years
Give Me All Your Love
Love Ain’t No Stranger
Is This Love
Steal Your Heart Away
Forevermore
Solo de guitarra
Love Will Set You Free
Solo de bateria
Here I Go Again
Still Of The Night
Soldier of Fortune
Burn/Stormbringer


SETLIST JUDAS PRIEST:
Rapid Fire
Metal Gods
Heading Out to the Highway
Judas Rising
Starbreaker
Victim of Changes
Never Satisfied
Diamonds & Rust / Dawn Of Creation
Prophecy
Night Crawler
Turbo Lover
Beyond the Realms of Death
The Sentinel
Blood Red Skies
The Green Manalishi (With the Two Pronged Crown)
Breaking the Law
Painkiller

Bis1:
The Hellion / Electric Eye
Hell Bent for Leather
You've Got Another Thing Comin'

Bis 2:
Living After Midnight

8 comentários:

  1. "Numa coisa eu concordo com Jamari, as letras do Whitesnake ficam no limiar da breguice, já que geralmente exageram na sacarose. Se fosse em portugês ficaria difícil de engolir. Mas no inglês acaba passando. Além disso, dá pra perceber verdade nas palavras que David canta"

    UHASUSAHASUHSAUASHUSAHASUHASUHASUSAHUASHASUHASUSAHAUSHASUHASU...é vero! Tanta doçura que até dá pra desenvolver uma diabetes! Mas quem liga??? O cara é foda!!! Pode cantar até atirei o pau no gato que eu vou achar lindo! HAHAHAHAH...Mas acho que é o sentimento que ele exala quando canta é que faz toda a diferença! =)

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    1. Oi Nanda,
      adorei seu comentário: "O cara é foda!!! Pode cantar até atirei o pau no gato que eu vou achar lindo!".
      Vc tem razão o sentimento que Coverdale põe em seu canto faz toda diferença.
      Beijo

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  2. Assino em baixo de absolutamente tudo q vc escreveu amigo...confesso q me emocionei ao ver David Coverdale e qdo ouvi "Is this love"...chorei..de verdade...de soluçar!!!!olha q vi mto cara forte limpando uma discreta lágrima viu!!!!!
    Era um sonho...e realizei...o cara é FODAAAAA....poucos shows me emocionaram tanto...já fui em mtos q me fizeram chorar entre uma música e uma lembrança mas este foi emoção do começo ao fim

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    1. É Dani,
      é muito bom estar diante de alguem que a gente admira muito.
      E Coverdale mostrou q ainda tem muita lenha pra queimar.
      Bjo

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  3. Realmente o forte do Priest não é o baixo. E o Travis realmente parece seguir uma "ordem" de não improvisar muito, mas admiro muito seu estilo. É preciso, sóbrio, demolidor! Um pena KK não ter permanecido com a banda que fundou há mais de 40 anos, mas seu sucessor também não deixa a desejar. Empolgado e cheio de ideias novas para a banda. Quem sabe isso renda novos trabalhos futuramente?..

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  4. Fora isso, não faço ideia de como deva ser encarar uma tour, tocando dessa maneira com 60 anos nas costas... São os vovôs do Rock! Respeito a essas duas grandes bandas!

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