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domingo, 11 de março de 2012

9 de Março ce 2012 - MORRISSEY NA FUNDIÇÃO PROGRESSO (RJ)

O Príncipe Harry estava em visita ao Rio, mas eu estava muito mais interessado em outro britânico célebre, que figura entre a realeza do Rock and Roll por ter feito parte do The Smiths, uma das bandas mais influentes de todos os tempos. Morrissey , aos 52 anos, foi recebido como um Deus, pelos súditos que lotaram a Fundição Progresso, que literalmente ferveu (é sério, não lembro de ter passado tanto calor num show).
O ex vocalista dos Smiths mostrou carisma, afinação impecável, e o mesmo timbre que o consagrou. Mas antes tínhamos que aturar Kristeen Young no show de abertura. A menina é uma espécie de Björk bem (mais bem) mais chata. Ela se alternava cantando dando marteladas no teclado ou usando bases pré-gravadas em intermináveis 35 minutos. Um porre! Mas a galera respeitou e até aplaudiu.
Bem mais interessante foi a seleção de vídeos montada pelo próprio Morrissey , com várias raridades dos anos 60/70 como Shocking Blue, Françoise Hardy, Nico, The Sparks, Brigitte Bardot e New York Dolls, exibidos no telão pouco antes da atração principal, que animaram mais do que a voz esganiçada de Young.
Ao fim da seleção, as luzes se apagam, e Morrissey aparece de camisa laranja, cumprimentando em português: "E aí, galera?", antes dos primeiros acordes de "First Of The Gang To". Ele dominou totalmente o público de forma instantânea.
Os músicos de Morrissey mostraram competência na execução das canções. Usaram um modelito bizarro mas apropriado a temperatura da Fundição: tocaram vestidos apenas com cuecas (ou sungas?) amarelas. A exceção foi o guitarrista Boz Boorer, que estava vestido de mulher, de peruca comprida e um vestido azul com paetês.
Vi muita gente cantando todas as músicas, mas confesso que a primeira que reconheci foi "Still Ill", uma das cinco canções do The Smiths presentes no setlist. Na sequência, finalmente uma da sua carreira solo que me soou familiar: "Everyday Is Like Sunday", que foi acompanhada pelo público a plenos pulmões.
Morrissey se dirigiu ao público algumas vezes. Na primeira, pra elogiar a cidade: "Decidi fazer uma caminhada pelo Rio, e pude perceber o quanto sua gente é bonita. Todos os três sexos são lindos”. Não perdeu a oportunidade de alfinetar a Família Real e a presença do Príncipe Harry no país: “Como vocês sabem, Harry está aqui hoje. Ele veio tomar o dinheiro de vocês. Por favor, não deem a ele."
Em “Meat is muder” (“A carne é assassinato”) dos Smiths, o cantor tenta e consegue chocar a platéia usando luzes vermelhas e pesadas cenas de animais sendo massacrados em abatedouros no telão. Morrissey é vegetariano, e exigiu que a casa retirasse a carne do cardápio durante sua apresentação.
Ele deixou o palco, voltando usando uma camisa branca pra cantar “Ouija Board, Ouija Board”; mas a tirou em “Let Me Kiss You”, causando gritos histéricos e alvoroço. Principalmente quando a atirou para a platéia.
O melhor estava no final. O maior coro da noite, na belíssima “There Is a Light That Never Goes Out” (um dos maiores hits dos Smiths, numa levada um pouquinho mais lento). Outro destaque foi a delicada “Please, Please, Please Let Me Get What I Want” e a guitarra célebre e cheia de efeitos da intro de “How Soon Is Now?”. Entre esses clássicos “smithianos”, duas bacanas da fase solo: “I'm Throwing My Arms Around Paris” e o Bis “One Day Goodbye Will Be Farewell”, que fechou a noite.
Foi um bonito show, com quase uma hora e meia de bons sons. Mas verdade seja dita, não faria nem um mal, muito pelo contrário, se Morrissey incluisse no repertório do shows os petardos de sua antiga banda como "This Charming Man", "Heaven Knows I'm Miserable Now", "The Boy with the Thorn in His Side", "Bigmouth Strikes Again" e "Ask". Sei que ele está mais interessado em divulgar sua carreira solo, dessa forma não entendo a ausência de "Suedehead", disparada a sua mais famosa, pelo menos no Brasil.
Deu pra perceber que adoraria que fosse verdade a recente declaração dada por Johnny Marr em tom de brincadeira, durante o NME Awards, na Brixton Academy, em Londres: "Se esse governo renunciar, eu reformo o The Smiths, que tal? Me parece um negócio justo, não? Acho que o país ficaria melhor, não é? Farei isso se essa coalisão renunciar".
Seria um sonho ver Morrissey novamente ao lado de Johnny Marr, Andy Rourke e Mike Joyce. Afinal esse quarteto marcou a música Pop. Oasis, Blur, R.E.M. e Legião Urbana que o digam...
SETLIST:
First Of The Gang To Die
You Have Killed Me
Black Cloud
When Last I Spoke To Carol
Alma Matters
Still Ill (The Smiths song)
Everyday Is Like Sunday
Speedway
You're The One For Me, Fatty
I Will See You In Far-Off Places
Meat Is Murder (The Smiths song)
Ouija Board, Ouija Board
I Know It's Over (The Smiths song)
Let Me Kiss You
There Is A Light That Never Goes Out (The Smiths song)
I'm Throwing My Arms Around Paris
Please, Please, Please Let Me Get What I Want (The Smiths song)
How Soon Is Now? (The Smiths song)

BIS:
One Day Goodbye Will Be Farewell

10 comentários:

  1. Aquela mulherzinha é tudo que a Lady Gaga (visual), Amy Whinehouse (cabelo) e Tarja (voz enjoada) têm de ruim... Credo! Não lembro de ver um show de abertura tão ruim.
    Quanto ao show principal gostei mais das duas primeiras músicas do que do restante do setlist. Uma pena mesmo não terem tocado "Suedhead", "Ask" e "Heaven Knows I'm Miserable Now"

    Bjs

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    1. Caramba Mell,
      vc não gostou mesmo da Kristeen Young. hein?
      rsss

      Beijão

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  2. Bom dia!
    Muito legal a resenha do show do Morrisey... deu pra imaginar, pra visualizar o show... Deu até dor de cotovelo de não ter ido!! rsrsrsrs
    Livia Mendes

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    1. Oi Livia,
      poxa que legal. Que bom q vc teve essa sensação, pq justamente esse o objetivo qdo escrevo uma resenha.
      Bjo

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  3. Parabéns pela resenha, vc proporcionou aos seguidores do blog
    a sensação de estar presente , junto a vc durante o show, atraves desse belissímo texto.
    Presenteou a todos nós que não tivemos a oportunidade de assistir a esse show pessoalmente,fazendo nos lembrar da nossa época e apreciarmos a bela voz desse cantor que foi o grande ícone da nossa geração

    Beijos
    Alessandra Duarte

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    1. Oi Ale,
      obrigado pelos elogios. Fico feliz sabendo que vc viajou com o meu texto.
      Beijão

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  4. Fui ao show, e a descrição é muito boa mesmo.

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  5. o importante que no show em bh eu consegui a palheta do show arremessada pelo guitarrista boz. espero que ele volte em 2013. não podemos ficar tanto tempo sem moz

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    1. Parabéns, por ter conseguido essa lembrança. Concordo com vc, O Moz não precisa ficar tanto tempo longe do Brasil.
      Abraço

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