Mellissa Martins continua a sua série de resenhas de biografias de lendas da música. Seu terceiro post é sobre "Vida", a autobiografia de Keith Richards. Em Junho tem mais...
VIDA
Autor: Keith Rochards e James Fox
Editora: Globo
Ano de Lançamento: 2010
Nº de Páginas: 640
Preço Médio: R$49,90
Esse eu comprei com meu rico dinheirinho, por pura curiosidade. Queria muito ler esse livro! Por se tratar da história do membro de uma banda como os Rolling Stones, acreditei que ele tinha muita coisa pra contar. E tinha mesmo.
Keith começa narrando uma situação inusitada em que ele e Ron Wood foram pegos consumindo drogas dentro do banheiro de uma lanchonete, no meio de uma estrada no interior dos Estados Unidos, e levados para uma delegacia no feriado de Ação de Graças. Por causa disso, Keith liga para seu advogado que, por sorte, estava na casa de um juiz comemorando a data. Eles chegam à delegacia e, detalhe que o Magistrado está totalmente alcoolizado, o que irrita ainda mais o delegado. Conversa vai, conversa vem, e eles são liberados.
Depois desse prólogo, Keith começa a contar sobre sua infância de classe média (pelo que entendi, ele não foi tão pobre), de seus pais, da escola e de como ele conheceu Mick Jagger. A amizade entre eles não foi instantânea, mas deu pra ver o quanto Keith admirava seu companheiro, foram várias páginas de elogios rasgados ao talento de Mick e de todo o seu carisma. Daí começa o desenrolar da história dos Rolling Stones, a formação da banda, do início MUITO difícil, dos perrengues de não ter grana nem pra comer e ter que roubar comida pra se alimentar.
É aquela velha máxima, tudo que vem fácil, vai fácil. E eles estão aí para provar que toda a dificuldade do início valeu a pena, face a grandiosidade da contribuição dos Stones para a música, quebrando paradigmas e consagrando o Rock’n’Roll naquele tempo. E estão aí até hoje. Eu particularmente não sou fã, mas vamos respeitar, né? Os caras têm 50 anos de estrada e isso é o dobro do que eu tenho de vida! Não é para qualquer um.
Voltando ao livro, achei que a maioria das histórias com muitos detalhes desnecessários, e com isso achei que faltou dinamismo nos relatos e minha leitura ficou cansativa (além do fardo de carregar um livro de mais de 600 páginas dentro da bolsa). Então, Nesta primeira parte, Keith se atém em contar como ele mudou a história da música, de como virou um guitarrista muito foda, criando riffs incríveis e músicas sensacionais! O que, pra mim, soou com MUITA arrogância. Como já disse, respeito muito quem ele é e o que representa no cenário para a música, mas repetir tantas vezes o quanto ele é bom e importante pra história, que ao lado dos Beatles foram os precursores do Rock, deu no saco!
Paralelo a tudo isso veio o envolvimento com as drogas, lógico, como já é de praxe nessas biografias. Afundou legal, o cara se viciou em heroína, o fim da linha. Li num livro que não há nada além da heroína, a não ser a morte. Por causa do seu vício, seu casamento com Anita Pallenberg desmoronou e sua carreira quase foi pras cucuias, assim como foi com Eric Clapton e Ozzy Osbourne. Outra coincidência entre essas histórias (essa só com a de Eric) foi o fato de Keith também ter perdido um filho, mas que ele nem chegou a conhecer. E, assim como Clapton, ele não entrou em maiores detalhes sobre sua dor.
Já num segundo momento do livro ele se dedica quase exclusivamente a falar mal do seu companheiro de banda Mick Jagger, do quanto ele era arrogante e dono da verdade, que eles não se comunicavam mais, se limitavam a cumprimentos polidos e nada além, não existia mais amizade entre eles por causa da “transformação” do vocalista da banda. Mencionou até os “dotes” desfavorecidos dele... Pode? Chegou a me irritar, parecia inveja do cara! Mick rebateu as críticas, depois do lançamento do livro, dizendo que ele era o mais envolvido com os negócios da banda, já que ninguém se interessava pela parte burocrática e não sabia que Keith se sentia excluído por isso. Depois dessa declaração de Mick, ele se diz arrependido de ter criticado o companheiro.
Não foi exatamente uma leitura divertida como do Ozzy e nem tão interessante quanto do Eric Clapton, mas com certeza vale passar um tempo viajando pelas histórias desse lendário guitarrista.
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