Depois de muito bem alimentados fomos de ônibus para conhecer a Igreja de Saint Sulpice, que acabou ficando de fora do roteiro da viagem do ano passado.
É a segunda igreja mais alta da cidade. Consagrada a São Sulpício, o "Piedoso", abriga em seu interior um sistema de determinação astronômica dos equinócios, que os fãs de "Código da Vinci" conhecem muito bem, graças a Dan Brown (fotos abaixo).
Languet de Gercy (o sacerdote de São Sulpício) precisava de um sistema para controlar os equinócios e poder predizer qual era a data da Páscoa, e encarregou dessa tarefa o astrônomo e relojoeiro inglês Henry Sully. Este, por sua vez, construiu uma linha de latão no chão, paralela aos meridianos da Terra, que se estende até um obelisco de mármore na parede (com data de 1743) e se ergue onze metros acima do chão junto à parede. Ao mesmo tempo, foi instalado junto a uma janela, um sistema de lentes; assim, ao meio-dia do solstício de Inverno (21 de dezembro), a luz do sol passa pela janela incidindo sobre a linha de latão até ao obelisco, e nos equinócios (21 de março e 21 de dezembro), ao meio-dia, a luz bate em um prato oval de cobre diante do altar. Devido a essas características, por servirem para realizar medições científicas, a igreja foi salva de ter sido destruída à época da Revolução Francesa. O meridiano de Saint-Sulpice, melhor conhecido como meridiano de Paris, serviu como ponto de origem para o cálculo da longitude, até que a partir de 1884, vinte e seis países concordaram em utilizar o meridiano de Greenwich como o marco de origem da longitude. À época, apenas a França e o Brasil não o ratificaram, seguindo a utilizar o meridiano de Paris até 1911.
Nessa Igreja há um enorme órgão construído em 1862 por Aristide Cavaille-Coll e que tem 15.836 tubos. Por muita sorte, estava rolando a Missa quando entramos, e presenciamos o som maravilhoso desse majestoso instrumento.
A igreja está diante da praça de São Suplicio, construída na segunda metade do século XVIII, aonde também está localizada a fonte dos quatro pregadores de bronze, trabalho de Joachim Visconti (1844), e as castanheiras de flores rosas, além do famoso Café de Marie.
Depois fomos a pé, para a Abadia de Saint-German-des-Prés, que é a igreja, a mais antiga da cidade ainda de pé, localizada no bairro parisiense, com o mesmo nome. É um estabelecimento monástico medieval de grande importância, fundado no século VI .
Durante séculos a construção sofreu perdas e modificações. A abadia ocupava uma enorme área em 1790, quando foi dissolvida durante Revolução Francesa. Nessa época o complexo monástico foi ocupado por uma fábrica de salitre, e explosões acidentais causaram grande destruição. A maior parte dos edifícios se perdeu, restando apenas a igreja com uma pequena parte do claustro e o palácio abacial, construído em 1586 pelo arquiteto Guillaume Marchand. No século XIX, a igreja foi reformada e redecorada com pinturas murais. As torres medievais que flaqueavam o transepto foram demolidas. Desde 1819 a tumba do filósofo Descartes localiza-se numa capela do deambulatório.
Lindos vitrais da Abadia
Infelizmente, quando entramos, já estava quase na hora da igreja fechar, e acabamos ficando pouco tempo, mas o suficiente para apreciar essas belezas.
Saindo de Saint-Germain, fomos caminhando até as margens do Rio Sena, onde durante o verão acontece o "Paris Plages", onde a Prefeitura coloca areia, cadeiras e espreguiçadeiras para os parisienses e turistas se sentirem numa praia. Mas o mergulho no Rio é proibido.
Novamente esse ano, encontramos a a Ponte das Artes, mais conhecida como Ponte dos Cadeados. No local, casais apaixonados prendem cadeados em uma grade para simbolizar o amor e uma relação sem fim Ela fica perto dos Museus do Louvre de de Orsay, e de frente para a Pont Neuf, com uma bela vista para a Île de la cité. Casais apaixonados colocam cadeados de todas as formas e tamanhos que dão a Pont des Arts uma decoraçāo especial. Os cadeados simbolizam o amor mutuo, e reza a lenda que o casal que prender o cadeado alí e jogar as chaves nas águas do Sena ficará para sempre junto.
Não foi dessa vez que colocamos nossos cadeados.
Curtimos muito, o quarteto que tocava na Ponte, clássicos do Rock dos Anos 50 e 60. Chuck Berry, Elvis Presley, Beach Boys, Carl Perlins, Jerry Lee Lewis, Buddy Holly, Little Richard, e é claro: The Beatles. Os caras eram muito bons, e colaboramos com algumas moedas. Gorgeja em Euro não é mole não...
Mais uma pequena caminhada e chegamos à Catedral de Notre Dame, que eu e Mell já tínhamos visitado no ano passado.
A surpesa foi encontar nos jardins de frente a Catedral, uma numerosa família de ratos. Dessa vez não fomos a EuroDisney, mas aí está o Mickey Mouse.
Pensamos em encerrar a noite na Rue de la Huchette, num lugar chamado Caveau de la Huchette, onde rola jazz ao vivo todas as noites numa caverna subterrânea, com grandes nomes do gênero. Mas a fome o cansaço fez o programa virar para um jantar com o verdadeiro Fondue francês (Ok, sei que o prato é de origem suiça, mas foram os parisienses responsáveis pela divulgação e popularização).
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