Então aprendi que para chegar lá, saindo do nosso hotel, teríamos que pegar o bonde 14, que deixaria na porta. Antes de irmos, resolvemos fazer umas compras e tirar fotos do lindo cenário presente ma porta do hotel em que ficamos, e percebemos que não tínhamos registrado ainda.
Acima, a fachada do hotel. Abaixo: a paisagem do canal que fica de frente para o mesmo hotel.
No canal passeiam livremente patos, marrecos e esse lindo cisne branco:
Durante nossas compras, decidi comprar uma camisa da seleção holandesa, e queria uma do camisa 14, o genial Johan Cruyff da célebre "Laranja Mecânica" da Copa de 1974. O engraçado é que alguns dos vendedores não sabiam de quem se tratava, quando eu perguntava sobre a camisa Cruyff, e me ofereciam a 10 do Sneijder ou a 11 do Robben, dois craques do time que eliminou o Brasil na Copa da África em 2010. Cheguei a encontrar uma do Cruyff mas em tamanho pequeno, e acebei comprando uma do nosso carrasco Sneijder.
Uma coisa peculiar em Amsterdam é a grande quantidade de lojas de souvenirs espelhadas pela cidade. E uma parcela considerável dessas lembrancinhas tem referência à "erva que passarinho não fuma", ou então são apetrechos para apreciar a marijuana. Definitivamente, Amsterdam é a verdadeira "disneylandia" pro Marcelo D2. Mas mantenha o respeito...
Depois de gastarmos nossos suados Euros, fomos ao ponto esperar o tal bonde número 14. Ficamos mofando,e vimos passar todos os números por mais de uma vez, e nada do 14. Comecei a pensar que poderíamos estar no ponto errado, mas a placa indicava que ali passaria o nosso bonde. Cheguei a pedir informação, e nos foi confirmado que estávamos no lugar certo.A Mell já estava ficando impaciente e sugeriu que pegássemos um táxi. Pegamos o primeiro que passou, e tivemos a nossa primeira experiência tragi-cômica na cidade.
Em Amsterdam todos são muitos simpáticos. Todo mundo lá fala inglês fluentemente, até as crianças. Quando pedimos alguma informação, no final ao nos despedirmos, o holandes sempre solta a frase "Welcome!" (Seja Benvindo!), acompanhada de um sorriso. O mesmo acontece depois que compramos algo em uma loja, ou quando pagamos a conta num restaurante.
Mas ao pegar aquele táxi, entramos numa fria. O taxista era de origem árabe, e falava um inglês sofrível. Antes de entrarmos no carro a Mell perguntou se ele sabia chegar no Jardim Botânico (Botanical Garden), como a resposta foi positiva, entramos. Um tempo depois, o sujeito pergunta: "Qual dos dois?". Como assim? Jardim Botânico que eu saiba só tem um. O cara ficou nervoso, repitindo que eram dois. Foi aí que percebemos que ele tinha entendido que queríamos ir para Hotel Garden.
Explicamos que queríamos ir para o Jardim Botânico, Horto. Falamos em inglês das flores, das árvores, dos canto dos pássaros, da natureza, do verde, das coisas bonitas. Fizemos mímica, tentamos falar em espanhol. E o motorista com cara de babaca...
Decidimos descer do táxi, mas ele fez cara de choro, falou que nos levaria para o lugar certo. Ficamos tocados e concordamos. Achei estranho, porque o caminho não tinha nada a ver com o que eu tinha visto no mapa do Google. Mas como eu não conhecia a cidade resolvi ver no que iria dar.
E o que deu? Ele nos levou direto para o Hotel Garden!
Não acreditamos. Aí repitimos o ritual da mímica, e foi aí que pensei que estivéssemos jogando "Imagem & Ação", quando ele nos ofereceu papel e caneta.
Era para que eu escrevesse o nome do lugar que queríamos ir: BOTANICAL GARDEN!!!
Ele pegou o papel de volta, leu, ligou o GPS (sim, ele tinha um), e tentou digitar o destino. Mas não conseguiu, porque o aparelho só aceitava os nomes os locais existentes, e o único idioma era o holandês. Não sabíamos na ocasião que no idioma local o parque se chama Hortus Botanicus.
A topeira do taxista perguntou se teria um outro local que gostaríamos de ir. Pensei bem, e pedi que nos levasse para o Museu Van Gogh, pois lá não estaríamos mais perdidos.
"Ah! Museu Van Gogh? Lá eu conheço!", gritou o enrolado rapaz. Eu e Mell suspiramos aliviados,e jogamos fora 15 Euros.
Chegando lá, desistimos do Jardim Botânico, pois as 18h teríamos que estar na estação de trem pra irmos pra Bruxelas. E resolvemos fazer um passeio de barco pelos canais da cidade. O barquinho parte de frente para o Hard Rock Cafe, e passa por vários pontos turísticos que não tivemos tempo de conhecer, como a Casa de Anne Frank, local onde Anne se escondeu com sua família e outros judeus durante parte da ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial. Hoje o antigo esconderijo é um museu que guarda um pouco da mobília da época, e pode-se ter uma idéia de como deve ter sido difícil viver 2 anos escondidos e com medo de serem descobertos. Vale mais a pena ainda pra quem leu o livro "O Diário de Anne Frank".
Não deu pra ir, mas fica pra próxima oportunidade...
Voltando ao passeio de barco, os passageiros recebem fones de ouvidos para ouvir o audio-guia disponíveis em uma dezena de idiomas: do mandarim ao russo. Se tinha em português? Não!!!
Diferentemente do passeio pelo Rio Sena em Paris, os passageiros não podem descer nos locais por onde o barco passa.
Voltamos para o mesmo lugar de embarque, e sentamos para comermos um cachorro quente com uma mostarda deliciosa, e lá fui abordado por duas inglesas que ao me ver com a camisa laranja da Holanda, me perguntou: "Ah, você é local, por favor nos ajude. Aonde fica a rua em que as prostitutas ficam em vitrines?". Expliquei mais ou menos como se chegava a Red Light District, e a Mell achou graça do meu desempenho no papel de holandês.
fomos conhecer o Vondel Park, que tínhamos passado dias antes no portão.
O parque é lindo, bem cuidado, e frequentado por gente de todas as idades. Gente tomando sol, crianças brincando, pessoas praticando esporte.
Me diverti fotografando a fauna local: frangos d´água, patos, garça cinza. Chegamos a presenciar uma batalha naval entre os frangos d'água.
Não conhecemos o Jardim Botânico, mas o Vondel Park foi um passeio muito bacana.
Duas cenas exóticas: acima, um mictório a céu aberto em pleno Vondel Park; e abaixo, uma das inúmeras coffeeshops espalhadas pela cidade.
Coisas de Amsterdam.
Não posso deixar de falar de uma característica marcante de Amsterdam: a quantidade absurda de bicicletas e ciclistas. Pra você ter uma idéia da uma olhada no tamanho do Estacionamento de bicicletas que fica ao lado da Central Station.
Vale o aviso: em Amsterdam é mais fácil você ser atropelado por uma bicicleta do que por um carro. Ainda mais pra nós brasileiros que não estamos acostumados. Em muitos lugares, a pista dos carros, a ciclovia e a calçada para o pedestres estão todos na mesma altura e no mesmo nível, a separação é feita apenas pela mudança de cores. O que é um paraíso para os cadeirantes, pode ser um perigo para um turista distraído ou desavisado que corre o risco de ser esmagado por uma centena de ciclistas.
A bela Estação Central de Trem de Amsterdam
Pontualmente às 18 15h, nosso trem partiu de Amsterdam, e em menos de duas horas já estávamos em Bruxelas. Mas isso é história para outro post...
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