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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

01 de Novembro de 2012 - TITÃS, 30 ANOS - na Fundição Progresso (RJ)

Titãs é disparada a banda que mais assisti a shows em toda minha vida. Canecão, Circo Voador, Imperator, Citibank Hall, Praias de Ipanema e Copacabana, Hollywood Rock's, Rock in Rio's... Foram tantos, que sinceramente não faço idéia de quantas vezes vi minha banda favorita em ação, ao longo de todos esses anos, desde que virei fã aos 10 anos de idade, a partir do momento que coloquei o LP "Cabeça Dinossauro" pra tocar no toca-discos da minha casa.
Dessa vez era especial, a comemoração dos 30 anos de banda, com a participação do ex integrantes Charles Gavin e Arnaldo Antunes. Diferentemente do show de São Paulo, Nando Reis não participou por problemas em sua agenda.
No post do show do Barão Vermelho, já havia reclamado do desrespeito da Fundição Progresso de não anunciar os horários de suas atrações. Cabe ao público chegar cedo e tentar adivinhar o início do show, já que a Fundição apenas divulga que os portões da casa são abertos às 22h, em muitos casos as apresentações começam em altas horas da madrugada. Pelo menos os Titãs colocaram em seu site que o show estava marcado às 00 30h.
E com apenas 10 minutos de atraso, Branco Mello, Paulo Miklos, Sérgio Britto, Tony Bellotto, e o baterista Mario Fabre começam os trabalhos com "Diversão", fazendo a galera pular.
Era o início de um show arrebatador, que trazia um petardo atás do outro. Na sequência vieram ainda “AA UU”, “Nem sempre se pode ser Deus” e “Aluga-se”; todas cantadas em coro pelo belo público que abarrotava a casa.
O som estava um tanto quanto embolado, e justamente no clássico de Raul Seixas a aparelhagem pifou, e o show teve que ser interropido. Britto e Miklos ainda tentaram fazer o tempo passar, fazendo a platéia cantar com eles à capela, até se darem conta que o problema com o som era mais sério, e que precisavam esperar mais tempo até a resolução.
Assim pediram desculpa e deixaram o palco, avisando que logo voltariam pra continuar a festa.
Depois de aproximadamente 15 minutos, Paulo Miklos agradeceu a paciência dos presentes, e o tecladista Sérgio Brito resolveu mudar a ordem do setlist, para testar o som,  e reger o público, na emocionante "Epitáfio".
Branco Mello, entregou o contra-baixo a Sergio, pra cantar “Televisão” e “Tô cansado”. Duas baladas em sequência, "Pra Dizer Adeus" e  "Go Back" deram uma acalmada, para logo depois voltar para o agito de "A melhor banda de todos os tempos da última semana".
Branco avisa que resolveram adicionar uma música de última hora. Era "Igreja" que fez todo mundo  explodiir no coro de "Eu Não Gosto!".
“Amor por dinheiro”, representou o último álbum de inéditas da banda, “Sacos plásticos”, que foi bem recebida. Mas festa mesmo aconteceu em “Vossa excelência”, que foi introduzida com um discurso inflamado de Miklos sobre a corrupção e a passividade do povo brasileiro, e principalmente em “Bichos escrotos”, que em versão mais pesada e acelerada,  encerrou a primeira parte do show.
Após uma rápida pausa, para a mudança da bateria, os Titãs voltaram à cena com a companhia do de  Charles Gavin e Arnaldo Antunes. O Clima era de total celebração, e com Arnaldo nos vocais, recomeçaram com "Comida" e  "Porrada". Foi muito emocionante ver novamente a figura de Arnaldo Antunes fazendo aqueles estranhos passos, naquela dança que é tão sua, e que ao mesmo tempo não poderia ser mais titânica. Parecia que o tempo tinha voltado, e que as coisas estavam novamente no seu devido lugar.
Ao mesmo tempo ver Charles sentando a lenha, novamente no seu posto de baterista dos Titãs, foi um difícil exercício de segurar as lágrimas. Nessa segunda parte, o som da bateria estava infinitamente melhor. Minha situação de fã dificulta a imparcialidade para dizer com extidão o motivo. Pode ser pelo trabalho dos técnicos em regular e equalizar ao longo do show; ou a forma mais firme e certeira de Gavin ao tocar, que consegue com sua pegada tirar um timbre e um som mais definido do instrumento. Concluo que o melhor resultado tenha sido atingido pela soma dos dois fatores.
Talvez levado pela emoção ou pela descontração da celebração da data, Paulo Miklos errou o tempo da introdução de "Família"; mas provavelmente quase ninguém percebeu.
Mais 3 clássicos do aclamado álbum "Cabeça Dinossauro" foram tocadas em sequência, para delírio generalizado: "Polícia", "Estado Violência", e a faixa-título, que teve direito a um rápido, porém avassalador solo de bateria de Charles.
Arnaldo Antunes mais uma mata a saudade dos fãs, cantando "O Pulso" e o petardo "Lugar Nenhum", que me deixou arrepiado com a inesquecível introdução de bateria criada por Charles Gavin.
Antes de Branco cantar "Marvin", explicaram a ausência de Nando Reis, e em "Flores" deram a deixa para que a banda saísse ovacionada do palco.
É claro que haveria Bis. Na volta Sergio Britto fez questão de colocar Charles e Arnaldo na frente do palco para cantarem com ele o refrão de "Homem Primata". Não satisfeito, ele pediu para o público cantar a canção, e foi prontamente atendido, com todos batendo palmas e cantando a letra toda, para que finalmente o grupo a executasse. Para em seguida mandar o primeiro hit da carreira, "Sonífera Ilha".
Todos os integrantes foram a frente, se abraçaram e fizeram o agradecimento ao público, que desesperadamente pedia para que o show não acabasse. Um a um, os músicos foram deixando o palco, e Charles antes de sair, foi ao microfone, e trouxe o alívio: "Vocês querem mais um? Ainda vai ter mais..."
E a promessa foi cumprida. Eles voltaram e tocaram “Bichos escrotos” novamente, dessa vez numa versão bem mais próxima do disco. Depois, graças à insistência de Branco Melo que puxou no baixo, improvisarm com o hit “O que?”. Após uma nova tentativa de encerrar o show, o grupo foi obrigado a voltar mais uma vez e, com “AA UU” (atendendo aos pedidos), deram fim à apresentação histórica, sem deixar de antes dedicá-la a Marcelo Frommer.
Minha única crítica é que o repertório deveria abranger todos os discos da carreira, afinal é o aniversário da banda, e os álbuns "Como Estão Vocês" (2003), "Domingo" (1995) e o injustiçado "Tudo Ao Mesmo Tempo Agora" (1991) possuem boas canções e hits que deveriam ser incluídos.
No dia seguinte, Charles Gavin postou em seu facebook a frase: "Show de 30 Anos dos Titãs no Rio: De alma lavada". E essa foi justamente a sensação de todos que deixaram a Fundição com o espírito revigorado. Isso tudo graças ao poder do Rock and Roll, que os Titãs sempre alimentaram ao longo dessas três longas décadas.

Parte 1:
1 - Diversão
2 - AA UU
3 - Nem sempre se pode ser Deus
4 - Aluga-se
5-  Epitáfio
6 - Televisão
7 - Tô cansado
8 - Pra dizer adeus
9 - Go back
10 - A melhor banda de todos os tempos da última semana
11 - Igreja
12 - Amor por dinheiro
13 - Vossa excelência
14 - Bichos escrotos

Parte 2:
15 - Comida
16 - Porrada
17 - Família
18 - Polícia
19 - Estado violência
20 - Cabeça dinossauro
21 - Pulso
22 - Lugar nenhum
23 - Marvin
24 - Flores

Bis 1
25 - Homem primata
26 - Sonífera ilha

Bis 2
27 - Bichos escrotos
28 - O que?

Bis 3
29 - AA UU

2 comentários:

  1. Os Titãs ainda são a melhor banda do Brasil. Com Charles e Arnaldo então...
    Eu também estava lá e me emocionei.
    Grande show!
    Parabéns pelo Blog. Excelente

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