"Black o quê?" era a pergunta que eu escutava sempre que dizia o nome da banda que assistiria no sábado a noite. É impressionante como a banda de Zakk Wylde é pouco conhecida no Rio de Janeiro. Muita gente o conhece por seu aclamado trabalho acompanhando Ozzy Osbourne por anos, mas parece ignorar sua carreira paralela com as bandas Pride & Glory e Black Label Society.
Talvez por isso, o público no Vivo Rio tenha sido apenas razoável. Mas a galera presente era realmente apaixonada pela banda, e veio sedenta por Metal.
Com 30 minutos de atraso, as luzes se apagaram e ouviu-se "Also sprach Zarathustra" de Richard Strauss, Tema de "2011 - Uma Odisséia do Espaço", que serviu de introdução para a entrada de Zakk e sua banda. Saudados por gritos e urros, abriram a noite com “Godspeed Hellbound”.
O BLS fez um setlist diferenciado, com algumas canções que normalmente são pouco executadas ao vivo, mas a resposta do público foi muito boa, apesar da ausência de um dos maiores clássicos da banda, como "Fire it Up".
O som estava uma porrada na orelha, mas a voz grave de Zakk ficou embolada e abafada durante boa parte. Mas o baixo, as guitarras e principalmente a bateria estavam com o som tinindo, literalmente na pressão, exatamente como deve ser em todo show de Rock que se preze.
Wylde tem uma pegada animal cheia de feeling, com palhetada pesada, e velocidade assombrosa. Com seus harmônicos característicos e sua presença de palco, ele dominou a platéia, e exigia aplausos, palmas e gritos, que eram retribuidos com sua saudação, representada pelo braço erguido mostrando sempre uma latinha de cerveja, como se estivesse levantando um brinde aos fãs. Cada música era precedida por generosos goles.
O guitarrista Nick Catanese é membro fundador do BLS, e fiel escudeiro de Zakk, e tem um importante papel se ser escada, fazendo base e dando peso, facilitando o trabalho do "patrão", que tem espaço pra brilhar.
Pequeno no tamanho, o baixista John DeServio mostra grande segurança e técnica, e sempre mostrando um sorriso por trás da barba.
O destaque ficou com o baterista Jeff Fabb, recém integrado ao grupo para tocar na turnê. O cara é magricelo, mas senta a porrada na bateria. Sua pegada impressiona, principalmente em seu trabalho de bumbo duplo.
Outra coisa que me chamou bastante atenção foi a coleção de belas guitarras customizadas de Zakk. Era uma guitarra pra cada música: Flying V, Les Paul, Gibson de dois braços, e sua marca registrada: a tradicional Gibson “Bulls-eye” branca e preta, usada em “Bleed For Me.
Wylde também tocou teclado, dando uma parada na porradaria, trazendo um momento mais calmo. Primeiro ele fez um breve solo, e depois executou a balada “In This River”, dedicada ao falecido guitarrista Dimebag Darrell (Pantera), enquanto uma grande bandeira com sua imagem foi colocada sobre a parede de amplificadores Marshall. Zakk era muito próximo de Darrell, e cultivavam uma amizade e admiração mútuas.
Com uma hora e meia de pau dentro, o Black Label Society fez o encerramento com “Stillborn”. Sem frescura, sem Bis, sem pausa pra agüinha, sem puxasaquismo. É claro que não sairam se agradecer aos fãs, quando todos os integrantes foram para todos os lugares do palco, como forma de gratidão e respeito. Zakk Wylde antes de sair, foi ao centro, e ficou batendo com as duas mãos no peito, saudando a todos.
Como minha câmera deu pau, e não consegui fazer nenhuma foto decente, recorri ao google e achei essas excelentes feitas pela fotógrafa Patrícia Lima que ilustram a resenha.
SETLIST:
Godspeed Hell Bound
Destruction Overdrive
Bored to Tears
Berserkers
Bleed for Me
The Rose Petalled Garden
Piano Solo
In This River
Forever Down
Guitar Solo
Parade of the Dead
Overlord
The Blessed Hellride
Suicide Messiah
Concrete Jungle
Stillborn
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