Total de visualizações de página


terça-feira, 1 de novembro de 2011

29 de Outubro de 2011 - PARALAMAS DO SUCESSO no Circo Voador executando "Selvagem?" na íntegra

Momento histórico que presencie num Circo Voador lotado: os Paralamas do Sucesso executando na íntegra o clássico álbum "Selvagem?", na comemoração dos 25 anos do lançamento do aclamado disco, com o show sendo promovido pelo "Queremos".
A platéia bem misturada, com pessoas de gerações diferentes, com destaque para aquela que presenciou o auge do sucesso de "Alagodos" e "Melô do Marinheiro" nas rádios de todo Brasil.
Com quase duas horas de atraso (as apresentações na Lapa não são pontuais por tradição), "Teerã Dub", faixa não incluída na versão original do LP, é tocada no P.A. quando o trio entra no palco, trazendo o reforço de Liminha na guitarra e de James Muller na percussão.
Liminha foi o produtor do álbum, que foi tocado com os arranjos originais, mas com nova roupagem, e com as músicas fora de ordem. A abertura foi com a faixa-título, que corresponde a primeira música do lado dois do vinil. Pesada e com a letra forte com grande apelo político e social, ganhou mais peso ao vivo, com duas guitarras.
"Selvagem" era um dos meus discos favoritos quando eu tinha 10 anos de idade, e continua sendo, mesmo depois de tanto tempo. E foi delicioso ouvir novamente "Teerã", com sua levada Reggae, onde Bi e Barone provam porque são uma das melhores cozinhas do país.
Em "A Novidade", Herbert Vianna explicou a ponte que Liminha fez para apresentar Gilberto Gil, que escreveu essa inspirada poesia que serviu de letra dessa canção, quem foi entoada em coro pela platéia. Nessa hora apareceu o velho parceiro paralâmico, o tecladista João Fera que entrou para a banda logo depois do lançamento de "Selvagem?".Quando eu era moleque "Melo do Marinheiro" era uma febre, e todo mundo decorava a letra, que começava com uma conversa entre Barone e Bi. Dessa vez, ao vivo, Herbert substitui o baixista no diálogo que antecede a história do cara que achou que iria conhecer o mundo todo de graça, mas entrou "de gaiato no navio...". Na sequência veio "Marujo Dub" com João Fera cantando através de efeito, com voz de robô , igualzinho ao disco.
"A Dama e o Vagabundo", "There’s a Party", e "O Homem" são as 3 canções menos conhecidas do álbum, daquelas que só os verdadeiros fãs conhecem. Engraçado que eu não gostava da segunda, que foi a primeira gravação em inglês da banda, só que ao vivo é outro esquema, com Barone detonando, e colocando muita pressão, sentando a mão. Eu na fila do gargarejo babando...
A primeira pa"Você" (cover de Tim Maia) e "Alagados" com os antigos arranjos, fizeram todos embarcar de vez numa viagem para a metade dos Anos 80, quando os Paralamas numa arriscada reviravolta na carreira, deixaram de tentar ser The Police, pra entrar de cabeça no som genuinamente brasileiro misturado com o Reggae jamaicano e a música étnica africana. Da mesma forma que aconteceu com os Novos Baianos, Herbert, Bi & Barone marcaram a música Pop brasileira, servindo de inspiração e influenciando músicos até hoje; Chico Science e Nação Zumbi que o digam.A segunda parte foi festa total, contando com os metais de Monteiro Jr (sax tenor) e Bud Cordeiro (trombone), fizeram um desfile de hits paralâmicos enfilerados um após o outro: "Tendo a Lua", "O Beco", "Cuide Bem do Seu Amor", "Meu Erro", "Lanterna dos Afogados", "Uma Brasileira". O som beirando a perfeição: alto, claro, bem equalizado, na pressão, como deve ser todo o show de Rock. Herbert com a voz tinindo, e solando bem como de costume, com direito a duelo de guitarras com Liminha em "Caleidoscópio". Bi Ribeiro fazia a terra tremer com o grave do seu baixo. Ver João Barone tocando é sempre uma aula de bateria.
Os Paralamas é o tipo de banda que gosta mesmo de tocar, se a platéia estiver animada e eles se empolgarem são capazes de tocar por várias horas seguidas. Fui testemunha em 1993 num palco montado nas areias da praia da Barra da Tijuca, onde fizeram nada menos do que 4 Bis. Infelizmente não chegaram a tanto nesta noite, mas voltaram ao palco duas vezes pra mandar "Sonífera Ilha" dos Titãs, "Ska" e "Vital e Sua Moto", fechando a noite com "Alagados" com o arranjo atual, com os metais, e com Barone e Muller mandando um batuque de deixar Escola de Samba com inveja.
Grande show! Saímos de lá um pouco surdos e mais do que satisfeitos.
SETLIST:

Teerã Dub (gravação original)
Selvagem?
Teerã
A Novidade
Melo do Marinheiro
Marujo Dub
A Dama e o Vagabundo
There’s a Party
O Homem
Você
Alagados

O Calibre
Ela Disse Adeus
Tendo a Lua
O Beco
Cuide Bem do Seu Amor
Meu Erro
Lanterna dos Afogados
Caleidoscópio
La Bella Luna
Lourinha Bom Bril
Uma Brasileira

Bis:
Sonífera Ilha
Ska
Vital e Sua Moto

Bis 2:
Alagados

2 comentários:

  1. Que showzão! E eu nem queria ir por achar que era a msm coisa dos outros! rs. Valeu muito a pena, a banda é foda e repetindo o que postei no twitter sobre o Hebert: Ele perdeu muito no acidente, mas o talento ficou intacto! Aliás, achei a voz dele muito melhor do que nos outros shows que vimos... Será que foi a qualidade do som do Circo? Ou ele tava mais inspirado msm?

    Bjs

    ResponderExcluir
  2. É Mell, eu tinha avisado que seria um showzaço, e que valeria muito a pena ter ido.
    Qto a qualidade do som da voz de Herbert, acho que foi pelos dois motivos
    Bjo

    ResponderExcluir