Como comentei em outros posts, não fui ao SWU. Mas Daniel Demétrio, grande colaborador do Blog, depois de levar calote da Carioca Tour, teve que se virar pra conferir o último dia do Festival.
A seguir, o relato do nosso enVIADO especial sobre sua experiência no SWU. Ah, Daniel é o gatchenho da direita, na foto:
Eu e meu amigo Diego chegamos ao evento por volta das três da tarde. Já tínhamos perdido a apresentação dos Raimundos e da banda do ex-baixista do Guns’n’Roses, Duff Mckagan’s Loaded. Quando chegamos aos palcos principais (Consciência e Energia), a banda Black Rebel Motorcycle Club estava tocando. Eu só tinha ouvido duas ou três músicas da banda, que tem um som um punk/indie com certa influencia de rock psicodélico. Em casa achei até escutável a banda, mas ao vivo achei bem chato. Primeiro, o vocalista tem uma voz um tanto quanto irritante. Segundo, as músicas são repetitivas e sem nenhum grande atrativo sonoro. A mesma coisa que centenas de bandas indies fazem hoje em dia. A música que fechou foi “Whatever Happened To My Rock And Roll”.Um dos pontos positivos da organização foi de esquematizar as apresentações principais de forma que enquanto uma das bandas tocava, a produção da seguinte arrumava a apresentação no palco em frente. Isso reduziu muito o tempo de intervalo dos shows, que costuma ser bem longo.
Então logo depois do termino do BRMC, entrou no outro palco o Down, banda do ex-vocalista do Pantera Phil Anselmo. O som estava um pouco confuso na primeira música
“Temptation’s Wings”, mas foi ajustado rapidamente. A segunda música, “Lifer”, foi dedicada a Dimebag Darrel, ex-guitarrista do Pantera assassinado enquanto fazia um show. Outra dedicada a um famoso do metal, dessa vez brasileiro, foi "Hail the Leaf" a Andreas Kisser do Sepultura. A banda é boa, e faz um sludge metal (estilo derivado do heavy metal, southern rock, hardcore punk entre outros) bacana. É incrível como Phil está com a mesma aparência de vinte anos atrás. Sua voz já não tem a mesma potência, mas está longe de fazer feio. E deve-se todo o respeito ao cara, pois ele pavimentou o caminho de muitos vocalistas de metal da atualidade, como Corey Taylor (Stone Sour e Slipknot) e Matt Shadows (Avenged Sevenfold), e está ainda cheio de energia para fazer música. Bem simpático com a platéia, se impressionou quando avistou um fã com “Pantera” tatuado no peito, dando uma palhinha de “Walk” para o delírio dos expectadores. Segundo ele essa é a primeira vez que estavam em turnê na America do Sul, e o show do Brasil foi de longe o melhor e com certeza eles retornarão. Fecharam com “Bury Me in Smoke”, com a “invasão” do grupo Duff Mckagan’s Loaded que terminou de tocar a música.A banda seguinte foi o 311. O grupo foi possui um estilo bem comercial, com um pop-rock que juntava rap, ska e outros estilos. Não é que foi um show ruim, mas nada que fez a platéia vibrar, que por sinal estava bem dispersa nesse show aproveitando para comer, ir ao banheiro e etc.. Fecharam com Down, uma das músicas de maior sucesso do grupo.O grupo seguinte foi o alternativo Sonic Youth. Estava até curioso para assistir a banda, pois conhecia algumas músicas legais da banda. Mas logo no começo ao abrirem com “Brave Men Run”, causou um clima de estranheza em muita gente da platéia incluindo a mim. As músicas possuem algumas idéias legais, melodias bem simples, mas cativantes. Porém pelo menos a meu ver, querem tentar ser alternativos demais, e viajam na música fazendo microfonias e barulhos diversos com os instrumentos ao invés de tocá-los. Falando em loucura, em seguida veio o Primus. Mas dessa vez a viagem era pelo mundo do virtuosismo. Logo ao abrirem com “Those Damned Blue-Collar Tweekers”, chamaram a atenção do público com o seu funk-rock cheio de groove. Como já citado, o grupo é formado por excelentes instrumentistas com destaque a Les Claypool, que depois de ver esse show certamente o considero como um dos baixistas mais virtuosos da música. Mas também chega a um ponto que sua música fica experimental demais, e meio chata em certos momentos. Pessoalmente o ponto alto da apresentação foi quando eles tocaram “Jerry Was A Race Car Driver”, que está presente na trilha sonora do primeiro jogo da série Tony Hawk, que eu costumava jogar bastante. Além do mais a música é muito boa com ótimos solos de guitarra.Um pouco antes de acabar o show do Primus, demos uma saída estratégica para o banheiro e para comprar água, para conseguir um lugar bom antes do show do Megadeth começar. Tarde demais. Ao voltarmos o show do Primus já tinha acabado e uma aglomeração absurda já havia se formado em volta do palco. Não demorou muito e introdução de bateria de “Trust” começou, e a banda entra no palco. A platéia como o esperado foi a loucura, pois Megadeth era uma das atrações mais esperadas do festival. Houve especulações sobre o cancelamento do show deles devido a um problema de coluna de Dave Mustaine, que teria que ficar de repouso absoluto após a cirurgia e conseqüentemente cancelar algumas datas. Mas ele conseguiu achar um médico renomado e fez um tratamento mais rápido, pois segundo ele não queria abandonar os fãs que iriam assistir a banda. São poucos artistas que possuem esse nível de compromisso e consideração com os fãs, nota dez para Mustaine.
O som estava matador desde o começo. A banda tocou vários clássicos com “Symphony of Detruction”, “Hangar 18” e “Wake Up Dead”, e duas músicas do álbum mais recente “Whose Life” e “Public Enemy No. 1”. Um aspecto impressionante do grupo é a sua consistência, tanto em estúdio quanto ao vivo. Apesar dos riffs e solos complexos e das constantes mudanças de ritmo em suas músicas, todos os instrumentos se encaixam em perfeita sincronia, fazendo o som ficar cheio e intenso. Pena que o show foi pequeno, só tocaram 11 músicas porque só as três últimas bandas do dia tinham disponível uma duração maior de apresentação. O público reverenciou Dave Mustaine com coro “olê, olê, olê, olê, Mustaine, Mustaine” e no bis fecharam com “Holy Wars... The Punishment Due” Showzaço!!!A banda seguinte foi Stone Temple Pilots, que trouxe a chuva com eles que perdurou até o final. A única música que conhecia deles era “Plush”. Mas gostei do show e do som da banda, baseado no grunge e pop rock da década de 90, com ótimos refrões. E a platéia também curtiu, cantando todas as músicas junto de Scott Weiland e suas danças a lá Mick Jagger.Um pouco antes de terminar o show do STP, nós voltamos ao palco oposto para esperar o show do Alice in Chains. Desta vez funcionou e pegamos um bom lugar para ver show seguinte. A platéia estava eufórica e ansiosa para o início da apresentação deles. Abriram com a estonteante “Them Bones”. Seguiram com “Dam That River” e “Rain When I Die”, ambas as três do álbum Dirt o mais famoso da banda. Junto dos clássicos, o grupo também tocou músicas de seu álbum mais recente (muito boas por sinal) “Black Gives Way to Blue” como “Check My Brain” e “Last of My Kind”. Wlliam Duval é um excelente cantor, e ainda toca guitarra em algumas músicas. O curioso que em “Got Me Wrong” e ele quem faz a guitarra solo e o backing vocal, enquanto o guitarrista Jerry Cantrell faz a guitarra base e o vocal principal. Alguns fãs mais radicais podem dizer que a banda não é a mesma coisa, e nem poderia ser mesmo, pois Layne Staley era um cantor fantástico e com um jeito bem característico de cantar. Mas é forçar muito a barra não reconhecer a grande banda que eles ainda são. É o mesmo caso que houve com o AC/DC. Bom Scott nunca vai ter um substituto perfeito, mas Brian Johnson é ótimo e a banda continuou muito bem. E creio que a gigante maioria da platéia concordou, pois todos vibraram e cantaram o concerto inteiro.Então, chegou a grande hora do show do Faith no More. Ninguém se importava com a chuva ou o aperto. Todos estavam animadíssimos. O palco estava curioso parecendo um lugar de gala, com flores e cortinas brancas para fazer jus ao show de retorno da banda. Quem abriu o show foi o poeta pernambucano Cacau Gomes, que fez um pequeno discurso e anunciou a banda. Muitos estavam meio impacientes essa hora, gritando o nome da banda, mas eu achei bem legal, até porque mostra a ligação que o grupo tem com o Brasil. Abriram com “Woodpecker From Mars” e emendaram em um cover de “Delliah”, canção de Tom Jones. Logo após o grupo quebrou tudo com “From Out of Nowhere”. Essa é uma das características mais legais da banda ao vivo. Uma hora estão tocando músicas pesadas como “Cuckoo for Caca” com Patton gritando e fazendo todas as loucuras possíveis com sua voz e logo em seguida vem a melodia e o lirismo do cover do Commodores “Easy”. Patton interagiu muito com o público, estava literalmente em casa, falando de caipirinha e retrucando um de seus companheiros que agradeceu “a São Paulo” e ele consertou falando “Paulínia”. Enfim, foi uma apresentação incrível, por mais que sempre falte algumas músicas, como nesse caso “We Care a Lot” e “Falling to Pieces”.
Enfim, foi um festival muito bom, e em minha opinião superou todos os dias do Rock in Rio, que fui no dia 25, devido ao Lineup muito bem escolhido. Vale muito a pena conferir esses shows no Youtube.
Ps: Se for viajar, não vá por qualquer excursão que você achar, pois no meu caso contratei a Carioca Tour, e um dos administradores sumiu com o dinheiro de todos, alguns dias antes do show. As únicas confiáveis pelo visto no Rio de Janeiro são a Drika Tour e RD Tour. E acabou que tive um gasto viajando por conta própria bem próximo ao preço das excursões. Por isso pesquise bem.
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Pow vlw pelo post cara!!! mas dei mole, na parte final do "Ps" coloquei virgulas demais, a na hora de falar do faith no more ficou redundante o "retrucando... retrucou". Da próxima vez reviso bem, pois tava tão corrido que até esqueci disso.
ResponderExcluirAss: Daniel Demetrio
Daniel, eu que agradeço pela reportagem.
ResponderExcluirHavia feito a revisão, mas passou batido.
Agora já consertado.
Abração