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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

2 de Setembro de 2012 - MARISA MONTE NO VIVO RIO

Marisa Monte possui, já a algum tempo, o status de maior cantora do Brasil. Ela se dá ao direito de ficar longos anos sem lançar discos, e por consequência acaba ficando muito tempo também sem fazer shows.
Resultado de tudo isso: todos os ingressos temporada de quatro semanas da turnê ” Verdade Uma Ilusão”, no Vivo Rio foram vendidos. E olha que foram 13 shows. A nova tour faz o lançamento do novo CD da cantora, “O que você quer saber de verdade”.
E foi com a casa cheia que a diva apresentou um dos shows mais bonitos do ano; onde o visual alcança quase a mesma importância das canções. Todo repertório é ilustrado com obras de artistas contemporâneos. A concepção audiovisual é justamente esse o maior encanto do espetáculo. Numa interação perfeita entre música e artes plásticas.
Assim como foi feito no show da Sade que rolou no HSBC Arena no ano passado, em alguns momentos uma tela transparente foi erguida na frente do palco, onde eram projetadas imagens e desenhos sobre a banda, ocupando todas as dimensões, dando a ilusão de que não havia limites cênicos, envolvendo ao mesmo tempo os músicos e a plateia.
Um dos momentos mais marcantes é durante a música "Verdade Uma Ilusão" em que o vestido da cantora serve de tela para a projeção de pontos de luz, como um céu estrelado, criando um efeito deslumbrante.
O cenário, a luz sempre perfeita, os efeitos visuais, o figurino, e principalmente toda elegância de Marisa Monte transformam "Verdade Uma Ilusão" em um dos melhores shows já realizados no Brasil. Apesar de tudo parecer muito sofisticado, pelo resultado belíssimo, na verdade, no fundo é tudo muito simples; mas ao mesmo tempo muito bem bolado e executado com maestria. Assim como a sua música que soa sofisticada, sem abrir mão da simplicidade.
De todas as formações de bandas que acampanharam Marisa Monte durante sua carreira, a que eu mais gosto disparado é a que toca no disco ao vivo "Barulinho Bom", com o guitarrista Davi Moraes, o baterista Cesinha e o baixista Dadi literalmente botando pra quebrar.
Desde a fase "Tribalistas", Dadi passou para a guitarra e violão, e é assim que ele participa da apresentação. Outro parceiro de longa data é o tecladista Carlos Trilha.
Grande destaque em todos os arranjos é a presença do quarteto de cordas formado por Pedro Mibielli (1º violino e adaptação de arranjos para cordas), Glauco Fernandes (violino), Bernardo Fantini (viola), Marcus Ribeiro (cello).
Completando a escalação, o power trio do Nação Zumbi: Pupillo (bateria), Lúcio Maia (guitarras, violões e sitar) e Dengue (baixo). Lúcio é um grande guitarrista, mas a suavidade do repertório não permitiu que ele mostrasse todo seu potencial. Considero Dengue um baixista limitado. Já Pupilo toca de forma suave, bem diferente do "Maracatu nervoso" de sua banda original. Mais uma coisa que o trio acrescentou foi um bocado de suingue, o que pode ser notado com facilidade em "Eu Sei (Na Mira)".

O público permaneceu frio no começo. Começou a se animar em "Ilusão", versão em português de "Ilussión", doce música gravada por Marisa no Acústico MTV de Julieta Venegas, estrela do pop mexicano – executada no show com arranjo idêntico ao registro original. . Mas foi a partir de “Depois”, que o Vivo Rio se transformou num enorme karaoke. Não é por menos, a baladinha faz parte da trilha sonora da novela mais vista e comentada do momento.
Marisa resgatou músicas do excelente CD "Mais" (de 1991), como a já citada "Eu sei", "Diariamente", e a primeira parceria com Arnaldo Antunes, "Beija Eu", que foi tocada somente com violões.
O momento mais tocante foi a homenagem a inesquecível Cássia Eller, “Sinto muita falta da Cássia. Ela me pediu uma música para gravar, mostrei várias e ela escolheu ‘ECT’. A gravação dela foi tão forte que a música se tornou dela. Sinto muita falta da Cássia, ela foi uma grande referência para mim. Dizem que saudade não é quando a gente sente falta de alguém, mas quando sentimos sua presença. Salve Cássia”, disse antes de cantar o grande sucesso de Cássia, composta por Marisa em parceria com Nando Reis e Carlinhos Brown, que nunca foi gravada pela autora.
Outra homenageada foi a diva italiana Mina Mazzini, em “Sono Come Tu Mi Vuoi”. Marisa explicou que sempre foi muito fã de Mina, e que compôs "Ainda Bem" pensando em convindá-la para fazer um dueto. O convite foi feito via email. Mazzini gostou tanto da canção, que pediu para gravá-la em seu disco. Assim, Marisa acabou cantando a música sozinha em seu novo álbum.
No final, "Não Vá Embora" arrematou o show, que ainda teve bis, iniciado com Marisa sozinha com seu ukelele em "Amor, I Love You", que contou com a participação de um fã que fez o papel de Arnaldo Antunes, declamando Eça de Queiroz. "Velha Infância", da fase Tribalistas, e "Seja Feliz" fecharam a noite.
Apesar de não ter gostado de todos os seus sucessos radiofônicos desde "Não é Proibido" (aquela que lista uma série de guloseimas), dou o braço a torcer: Marisa Monte ao vivo é impecável. Não tem como falar mal desse  belíssimo show.
Quem perdeu, tem as últimas chances nos shows extras, nos dias 21, 22 e 23 de Setembro, quando encerra a turnê carioca definitivamente.
 
Setlist:
1.”Blanco”
2. “O Que Você Quer Saber de Verdade”
3. “Descalço no Parque”
4. “Arrepio”
5. “Ilusão”
6. “Depois”
7. “Amar Alguém”
8. “Diariamente”
9. “Infinito Particular”
10. “ECT”
11. “De Mais Ninguém”
12. “Beija Eu”
13. “Eu Sei”
14. “Sono Come Tu Mi Vuoi”
15. “Ainda Bem”
16. “Verdade Uma Ilusão”
17. “A Sua”
18. “O Que Se Quer”
19. “Gentileza”
20. “Tema de Amor”
21. “Não Vá Embora”

Bis:
22. “Amor I Love You”
23. “Velha Infância”
24. “Seja Feliz”

2 comentários:

  1. Caro amigo, adorei seu blog, estou lançado um site especializado em Rock, (www.halldorock.com.br) estou precisando de colaboradores se tiver interesse me mande um e-mail. cae@halldorock.com.br.
    Abraço.

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  2. Obrigado pelo convite, Carlos
    Entrarei em contato.
    Abraço

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