domingo, 4 de abril de 2010
ANIVERSÁRIOS DE CAZUZA E RENATO RUSSO
Renato Manfredini Júnior e Agenor de Miranda Araújo Neto completariam essa semana, respectivamente 50 e 52 anos de vida. Se você não sabe a quem estou me referindo, explico que Renato Russo e Cazuza se estivessem vivos, estariam aniversariando, o primeiro no dia 27 de Março, e o último dia 4 de Abril.
Sem dúvida tinham muitas coisas em comum. Ao lado de Arnaldo Antunes, foram os maiores poetas da geração que ficou conhecida como "B Rock" nos anos 80. Foram vocalistas, letristas e líderes de duas das maiores bandas de rock do Brasil: Legião Urbana e Barão Vermelho. Suas composições e interpretações estão marcadas para sempre na história da música brasileira. No palco eram verdadeiras estrelas de primeira grandeza.
Talentosos, apaixonados pela música, sobretudo pelo Rock'N'Roll, tornaram-se amigos, tinham praticamente a mesma idade, e muita coisa em comum. Eram do mesmo signo: Áries. Ambos eram bissexuais, e infelizmente faleceram vítimas da AIDS, muito jovens. Rebeldes em seus discursos, inteligentes, cultos, e com temperamento auto-destrutivo, com envolvimento pesado com álcool e drogas.
Mesmo sendo muito parecidos, tinham suas diferenças e particularidades. Cazuza era boêmio, polêmico, extrovertido e atirado, o mais perfeito protótipo do "Porra-Louca"; adorava festas, pegava todos e todas, e ao longo da sua carreira acumulou várias parcerias em suas composições. Nunca teve problemas em assumir publicamente sua bissexualidade, e em 1989 declarou ser soropositivo e sucumbindo à doença em 1990, sendo pública sua batalha contra a enfermidade, servindo até hoje como exemplo na batalha contra o HIV.
Já Renato era caseiro, um pouco avesso a badalações. Introvertido e reservado, seus namoros ou casos nunca foram noticiados. Comentou sua sexualidade somente a partir de 1989, quando foi perguntado sobre a letra de "Meninos e Meninas", onde admitiu sua bissexualidade. Morreu em outubro de 1996, em consequência de complicações causadas pela Aids (era soropositivo desde 1989), mas jamais revelou publicamente sua doença.
O canto de Cazuza era rasgado, inquieto e provocador, e sua postura em shows era sempre irreverente, mesmo durante sua última turnê, quando aparentava fragilidade física. Renato cantava de forma mais formal, voz empostada de barítono-tenor que se aproximava de grandes cantores como Elvis Presley, Jim Morrison e Jerry Adriani. Ao vivo, seus fãs tinham para com ele uma admiração messiânica, como se Russo fosse uma espécie de guru, o que sempre o incomodou profundamente.
Seus nomes são sempre lembrados, e ainda vendem muitos CDs e DVDs. O músico e cantor George Israel (Kid Abelha), um dos parceiros de Cazuza em músicas como "Brasil", prepara um disco em homenagem ao amigo, num Cd todo dedicado a sua obra, que contará com a participação de admiradores como a cantora Elza Soares.
Foi lançado "Duetos", um CD aonde Renato Russo canta ao lado de estrelas da MPB. Dos 15 encontros do projeto concebido pelo pesquisador Marcelo Fróes, sete aconteceram virtualmente, os convidados Caetano Veloso (em "Change partners"), Leila Pinheiro (em "Solitudine"), Fernanda Takai (em "Like a lover", versão de "O cantador"), Laura Pausini (na sua "Strani amore") e Célia Porto ("Come fa un'onda", versão italiana de "Como uma onda") colocaram suas vozes depois, a partir das gravações de Russo. "Cathedral song"/"Catedral" é o "dueto" pioneiro, montado em 2003 para o disco "Renato Russo presente", juntando as gravações de Renato Russo (no CD "The Stonewall Concert Celebration") e Zélia Duncan (em sua estreia) para o sucesso de Tanita Tikaran. "Vento no litoral" traz base instrumental nova, acompanhando as vozes de Russo (de uma fita de 1991) e Cássia Eller (de um show em tributo ao Legião Urbana em 1999).
Dos oito duetos reais, alguns foram participações de renato em discos de outros artistas: Paulo Ricardo (em "A cruz e a espada"), Erasmo Carlos ("A carta") e 14 Bis ("Mais uma vez"). Ficou de fora "Múmias" que ele gravou num disco do Biquini Cavadão.
Há também coisas inéditas e raras; como "Summertime", com Cida Moreira, de uma fita cassete com o show da cantora e pianista em Brasília, em 1984; de "Nada por mim", com Herbert Vianna, do especial "Paralamas & Legião", produzido para a TV Globo em 1988 (já comentada na postagem q fiz sobre o lançamento do "DVD + CD LEGIÃO URBANA E PARALAMAS JUNTOS" http://rocknrollmusic4ever.blogspot.com/2009/05/dvd-cd-legiao-urbana-e-paralamas-juntos.html).
Duas faixas foram tiradas do programa de TV "Por acaso", de José Maurício Machline, em 1994: o encontro com Dorival Caymmi, no samba-canção "Só louco", e em "Esquadros" com Adriana Calcanhotto.
A música “Celeste“, com Marisa Monte, foi extraída de um demo-tape de 1993 do arquivo particular da cantora. A fita DAT, danificada, foi fisicamente recuperada e seu conteúdo extraído num trabalho minucioso e demorado. O “embrião” desta música que se tornaria "Soul Parsifal" (mais tarde lançada no CD “A Tempestade” da Legião Urbana). A demo, de 1993, foi feita em apenas 15 minutos, num intervalo de uma sessão de estúdio do “THE STONEWALL CELEBRATION CONCERT”, primeiro álbum solo de Renato Russo.
Normalmente não sou a favor de duetos póstumos. Lembro-me de um CD lançado após a morte de Tim Maia, onde ele cantava em duetos "falsos" ao lado de artistas que nada tinham a ver com o mestre da soul music brasileira, como por exemplo Claudinho & Buchecha. Provavelmente Tim se revirou e deu cambalhota em sua tumba.
Mas no caso do Renato Russo, vejo que as parcerias têm sentido, porque eram em sua maioria pessoas que tinham contato, amizade e admiração com o vocalista da Legião.
Estranho apenas a presença de Caetano, que nunca vi elogiando o trabalho de Renato, e até onde sei nunca foi seu amigo. Talvez sua presença no disco seja justificada pelo fato de Renato ser muito fã da obra de Caetano Veloso.
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muito interessante
ResponderExcluirObrigado Anonimo, volte sempre!
ResponderExcluirUm viva a essas duas lendas do rock´n roll nacional, época em que os bandas sabiam fazer música de qualidade.
ResponderExcluirOi s
ResponderExcluirSarah,
Viva Cazuza ! E Viva Renato Russo!
Infelizmente , hoje em dia é cada vez mais raro ouvir músicas novas que tenham qualidade.
Beijos
Eu acho legal o fato de Renato Russo e Cazuza terem sido amigos. Já diz o popular ditado: Mentes brilhantes pensam igualmente.
ResponderExcluirOi Archangel Michael,
ResponderExcluirconcordo com vc.
Abraço
estou tao feliz por ter visto esse blog sou muito fa de renato.
ResponderExcluirRenato eu vou te amar pra sempre.
ResponderExcluiròtima materia, tem mais aqui: www.gatanoturna.com.br
ResponderExcluirRenato já cantou algumas músicas do Caetano.
ResponderExcluirNa verdade Caetano elogiou muito Renato quando ele fez participação no programa Chico e Caetano.
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