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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

EU NA EUROPA 2012 - Sétimo Dia: o "Manequinho", o Atomium e a Mini-Europa

Acordamos cedo para saborear o maravilhoso café da manhã, e descemos para ver as lojas. Na mesma rua do Hotel há pelo menos 4 lojas de instrumentos musicais. Enquanto eu babava vendo um baixo Rickenbacker, a Mell se deliciava aumentando seu acervo de roupas em um brechó.
Pelo Google Maps (santo parceiro de nossa viagem), descobrimos que o Manneken Pis (garoto a urinar), talvez o mais famos símbolo de Bruxelas ficava pertinho do hotel. É engraçado como uma estátua de um garotinho mijando com apenas 30 cm de altura é uma imagem tão famosa mundialmente.
O fato de nas festividades a estátua ser enfeitada com diversos trajes, talvez reforce essa celebridade através dos anos.
Os torcedores do Botafogo têm um carinho especial por essa atração; pois no No Rio de Janeiro há uma cópia da estátua em frente à sede do Clube. Os botafoguenses o adotaram como um mascote, e o apelidaram de "Manequinho".
A história do monumento pode refletir a sua importância. A estátua de bronze original foi feita por Jerôme Duquesnoy, sendo colocada na fonte em 1619. No século XVIII foram várias as tentativas de roubar a estátua, sobretudo pelos exércitos francês e britânico. Um desastrado ladrão,Antoine Licas despedaçou a estátua pouco depois de a ter roubado, em 1817. No ano seguinte foi feita uma réplica que ocupa o lugar da estátua original, e é que até hoje atrai turistas do mundo inteiro.
Se você acha bobagem fazer uma visita ao Manequinho Belga, saiba que muita gente não concorda com isso. Veja a foto que tirei da praça lotada de turistas para conhecer o  Manneken fazendo xixi:
É claro que eu e Mell fizemos nossos registros...
Durante a nosso visita, em frente à fonte, esse trio arrepiava numa mistura de Jazz e Soul.
Dezenas de lojas de souvenirs, e principalmente de chocolates e waffers (outros dois célebres símbolos da Bélgica) aproveitam a fama do Guri Mijão para lucrar com os visitantes ávidos para gastar seus Euros.
Pegamos um taxi e fomos conhecer outro grande (literalmente) ponto turístico da capital belga: o Atomium.
Assim como a Torre Eiffel, o Atomium foi erguido para ser uma estrutura temporária. Foi construído em 1958 para a Expo 58, planejado inicialmente para durar apenas seis meses.
O monumento é muito bonito, com 103 metros de altura, representa um cristal elementar de ferro ampliado 165 bilhões de vezes, com tubos que ligam as 9 partes formando 8 vértices.
As gigantescas esferas de ferro estão ligadas por tubos com escadas, sendo em sua maioria rolantes. As janelas instaladas na esfera do topo oferecem uma vista panorâmica da cidade.

Nas outras esferas têm exposições itinerantes sobre os anos 50, ciências e tecnologia. As outras três esferas  estão fechadas ao público por razões de segurança.
O elvador que leva os visitantes até o topo foi considerado o mais veloz do mundo, na época de sua construção. E realmente impressiona a rapidez com que se chega ao último andar.

A exposição que acontecia no primeiro andar era sobre o arquiteto brasileiro Sergio Bernardes, responsável pelo revolucionário projeto do pavilhão do Brasil na Expo 58.
Abaixo a maquete do pavilhão do Brasil na Expo 58
No último andar há um restaurante, também com vista panorâmica da cidade.
Recomendo muito o passeio, pela beleza do monumento e pela vista que podemos apreciar do alto do Atomium.
Lá de cima, vimos uma outra atração de Bruxelas: o parque Mini-Europe
No Mini-Europe estão expostos os prédios e monumentos mais importantes de todos os 27 países que formam a União Européia.
É claro que as crianças são a principal alvo da Min-Europe, mas o parque é diversão pra todas as idades. Impressiona pela riqueza de detalhes das réplicas em miniatura. O visitante vai passando por cada país, com direito a bandeira, hino (que é tocado apertando um botão), e pelo menos um monumento representado.
Aeroportos e o trem que leva passageiros de Paris a Londres também têm suas réplicas reduzidas.

A cima, um fragmento do Muro de Berlim

Eu me sentindo em Atenas

Depois do passeio passamos por uma das mais difíceis situações em Bruxelas: conseguir um taxi. Andamos muito, e não víamos nenhum ponto. Em quase duas horas vimos apenas um taxi passando com passageiros. Começamos a ficar preocupados, pois nosso trem para Paris partiria às 21:16h, o tempo passava, e não tínhamos a mínima ideia de como chegar no hotel usando ônibus, metro ou bonde.
A fome também apertava, quando finalmente vimos um taxi passando, que acabou parando vindo nosso desespero latente. O motorista falou que não podia nos levar, porque estava indo buscar um cliente. Mas ele ficou com peninha da gente, deu um telofonema e falou que nos levaria.
Interessante a diferença com os taxistas brasileiros. Quando pegamos o primeiro trânsito mais pesado, o taxista começou a ficar irritado, e começou a pegar ruas alternativas para não ficar parado no tráfego. No Brasil o cara se delicia quando fica parado no trânsito vendo o taxímetro rodar e aumentar consideravelmente o preço da corrida.
Chegando no hotel, antes de pegarmos as malas, fomos almoçar/jantar num restaurante próximo. Depois pegamos nossa bagagem e ficamos esperando um taxi passar. Em vão...
Um funcionário do hotel ao nos ver parados, nos avisou que dificilmente passaria algum por ali. E olha que de manhã cedo antes de sairmos para passear, o mesmo rapaz nos perguntou se queríamos reservar um taxi pra hora de irmos para a Estação de Trem.
Resultado: fomos a pé, arrastando as malas. Ainda bem que era relativamente perto...
No fim deu tudo certo, o trem saiu no horário preciso, e uma hora e vinte minutos depois já estávamos desembarcando em Paris, onde minha família já nos aguardava na estação.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

EU NA EUROPA 2012 - Sexto Dia: Chegada em Bruxelas

A estação de Bruxelas também é bonita, e tem um enorme painel com o Tintim, o famoso personagem do quadrinista belga Hergé. Vale lembrar os Smurfs também são criações da Bélgica.
Pegamos um táxi, e menos de 5 minutos depois, já estávamos no Hotel Bedford, que foi a mais luxuoso de nossa passagem pela Europa. Curiosamente também foi o mais barato.
Deixamos lá nossas bagagens, e fomos procurar um restaurante, estávamos morrendo de fome. Mais foi difícil. Os primeiros restaurantes e bares que encontramos abertos, a cozinha já estava fechada, pois já passava das 22h. Ao contrário de Paris e Amsterdam, a noite em Bruxelas é pacata, pouca gente na rua, e quase nenhuma agitação.
Andando por uns minutos, chegamos no local em que acredito ser uma comunidade de imigrantes, visto a imensa quantidade de árabes e mulçumanos. Outro detalhe, não víamos mulheres.
Entramos numa lanchonete que parecia recém inaugurada. O dono super simpático tentava explicar o menu das coisas que poderiam ser servidas naquele horário. Escolhemos nossos pratos, e nos assustamos com os preços, bem mais baratos que na França e na Holanda.
Mais uma vez fui confundido com holandês, quando um funcionário veio nos servir, e ao ver minha camisa, ficou listando os craques do time holandês. Quando falei que era brasileiro, o sujeito soltou um sorriso e mandou: "Brasil! Robinho!".
Depois de bem alimentados, resolvemos ir para um parque de diversões que passamos por ele quando fomos de taxi, da estação para o Hotel.
Lá tinha bastante gente, e era grande. Tinha um ar daqueles parques dos subúrbios cariocas. Havia brinquedos para crianças e outros extremamente radicais, que a Mell não quis nem chegar perto.
Muitas barracas vendiam guloseimas, mas a maioria era de "acerte o alvo" para ganhar prêmios; com várias modalidades: tiro de carabina, tiro de pistola, jogando argola, com pedrada e com arco e flecha.
Vimos dois caras feras que acertaram quase todas as flechas no alvo. Com isso, a Mell se iludiu de que era moleza. Resultado: mico total, com a Mell tendo um desempenho sofrível, que conseguiu ser melhor que o meu...
A roda gigante foi o único brinquedo que fomos. Ela parecia inofensiva, mas quando entramos percebemos que não era bem assim. Além de altíssima, o local em que sentávamos não tinha segurança nenhuma. Era como se fosse uma grande bacia em que sentávamos e não havia nem travas de segurança. Quando a roda parava lá em cima, a nossa "bacia" ficava balançando e passava um vento frio.
Essa foto abaixo sou eu na roda gigante lá no alto, rindo do perigo. Não vou colocar a foto da Mell, porque não quero expor a cara de pavor e pânico que ele ficou. Eu que sou muito macho, fiquei na moral.
Voltamos cedo pro hotel, porque a idéia era acordar cedo para aproveitarmos a cidade e não perder o café da manhã.
A Mell saboreando a famosa cerveja belga.

EU NA EUROPA 2012 - Sexto Dia: Amsterdam - Vondel Park e Passeio de barco

Tínhamos decidido na véspera que iríamos no dia seguinte para o Hortus Botanicus Amsterdam, que é um dos mais antigos jardins botânicos do mundo e possui muitas antigas e raras espécies. Pra se ter uma idéia, ele foi fundado em 1638, com sementes e plantas trazidas pelos comerciantes da Companhia Neerlandesa das Índias Orientais. O lugar tem várias curiosidades, como o fato de que a muda de café, Coffea arabica, da coleção do Hortus Botanicus serviu como base para a totalidade das plantas de cultivo de café da América Central e da América do Sul.
Então aprendi que para chegar lá, saindo do nosso hotel, teríamos que pegar o bonde 14, que deixaria na porta. Antes de irmos, resolvemos fazer umas compras e tirar fotos do lindo cenário presente ma porta do hotel em que ficamos, e percebemos que não tínhamos registrado ainda.
Acima, a fachada do hotel. Abaixo: a paisagem do canal que fica de frente para o mesmo hotel.
No canal passeiam livremente patos, marrecos e esse lindo cisne branco:
Durante nossas compras, decidi comprar uma camisa da seleção holandesa, e queria uma do camisa 14, o genial Johan Cruyff da célebre "Laranja Mecânica" da Copa de 1974. O engraçado é que alguns dos vendedores não sabiam de quem se tratava, quando eu perguntava sobre a camisa Cruyff, e me ofereciam a 10 do Sneijder ou a 11 do Robben, dois craques do time que eliminou o Brasil na Copa da África em 2010. Cheguei a encontrar uma do Cruyff mas em tamanho pequeno, e acebei comprando uma do nosso carrasco Sneijder.
Uma coisa peculiar em Amsterdam é a grande quantidade de lojas de souvenirs espelhadas pela cidade. E uma parcela considerável dessas lembrancinhas tem referência à "erva que passarinho não fuma", ou então são apetrechos para apreciar a marijuana. Definitivamente, Amsterdam é a verdadeira "disneylandia" pro Marcelo D2. Mas mantenha o respeito...
Depois de gastarmos nossos suados Euros, fomos ao ponto esperar o tal bonde número 14. Ficamos mofando,e vimos passar todos os números por mais de uma vez, e nada do 14. Comecei a pensar que poderíamos estar no ponto errado, mas a placa indicava que ali passaria o nosso bonde. Cheguei a pedir informação, e nos foi confirmado que estávamos no lugar certo.
A Mell já estava ficando impaciente e sugeriu que pegássemos um táxi. Pegamos o primeiro que passou, e tivemos a nossa primeira experiência tragi-cômica na cidade.
Em Amsterdam todos são muitos simpáticos. Todo mundo lá fala inglês fluentemente, até as crianças. Quando pedimos alguma informação, no final ao nos despedirmos, o holandes sempre solta a frase "Welcome!" (Seja Benvindo!), acompanhada de um sorriso. O mesmo acontece depois que compramos algo em uma loja, ou quando pagamos a conta num restaurante.
Mas ao pegar aquele táxi, entramos numa fria. O taxista era de origem árabe, e falava um inglês sofrível. Antes de entrarmos no carro a Mell perguntou se ele sabia chegar no Jardim Botânico (Botanical Garden), como a resposta foi positiva, entramos. Um tempo depois, o sujeito pergunta: "Qual dos dois?". Como assim? Jardim Botânico que eu saiba só tem um. O cara ficou nervoso, repitindo que eram dois. Foi aí que percebemos que ele tinha entendido que queríamos ir para Hotel Garden.
Explicamos que queríamos ir para o Jardim Botânico, Horto. Falamos em inglês das flores, das árvores, dos canto dos pássaros, da natureza, do verde, das coisas bonitas. Fizemos mímica, tentamos falar em espanhol. E o motorista com cara de babaca...
Decidimos descer do táxi, mas ele fez cara de choro, falou que nos levaria para o lugar certo. Ficamos tocados e concordamos. Achei estranho, porque o caminho não tinha nada a ver com o que eu tinha visto no mapa do Google. Mas como eu não conhecia a cidade resolvi ver no que iria dar.
E o que deu? Ele nos levou direto para o Hotel Garden!
Não acreditamos. Aí repitimos o ritual da mímica, e foi aí que pensei que estivéssemos jogando "Imagem & Ação", quando ele nos ofereceu papel e caneta.
Era para que eu escrevesse o nome do lugar que queríamos ir: BOTANICAL GARDEN!!!
Ele pegou o papel de volta, leu, ligou o GPS (sim, ele tinha um), e tentou digitar o destino. Mas não conseguiu, porque o aparelho só aceitava os nomes os locais existentes, e o único idioma era o holandês. Não sabíamos na ocasião que no idioma local o parque se chama  Hortus Botanicus.
A topeira do taxista perguntou se teria um outro local que gostaríamos de ir. Pensei bem, e pedi que nos levasse para o Museu Van Gogh, pois lá não estaríamos mais perdidos.
"Ah! Museu Van Gogh? Lá eu conheço!", gritou o enrolado rapaz. Eu e Mell suspiramos aliviados,e jogamos fora 15 Euros.
Chegando lá, desistimos do Jardim Botânico, pois as 18h teríamos que estar na estação de trem pra irmos pra Bruxelas. E resolvemos fazer um passeio de barco pelos canais da cidade. O barquinho parte de frente para o Hard Rock Cafe, e passa por vários pontos turísticos que não tivemos tempo de conhecer, como a Casa de Anne Frank, local onde Anne se escondeu com sua família e outros judeus durante parte da ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial. Hoje o antigo esconderijo é um museu que guarda um pouco da mobília da época, e pode-se ter uma idéia de como deve ter sido difícil viver 2 anos escondidos e com medo de serem descobertos. Vale mais a pena ainda pra quem leu o livro "O Diário de Anne Frank".
Não deu pra ir, mas fica pra próxima oportunidade...
Voltando ao passeio de barco, os passageiros recebem fones de ouvidos para ouvir o audio-guia disponíveis em uma dezena de idiomas: do mandarim ao russo. Se tinha em português? Não!!!
Diferentemente do passeio pelo Rio Sena em Paris, os passageiros não podem descer nos locais por onde o barco passa.
Voltamos para o mesmo lugar de embarque, e sentamos para comermos um cachorro quente com uma mostarda deliciosa, e lá fui abordado por duas inglesas que ao me ver com a camisa laranja da Holanda, me perguntou: "Ah, você é local, por favor nos ajude. Aonde fica a rua em que as prostitutas ficam em vitrines?". Expliquei mais ou menos como se chegava a Red Light District, e a Mell achou graça do meu desempenho no papel de holandês.
fomos conhecer o Vondel Park, que tínhamos passado dias antes no portão.
O parque é lindo, bem cuidado, e frequentado por gente de todas as idades. Gente tomando sol, crianças brincando, pessoas praticando esporte.
Me diverti fotografando a fauna local: frangos d´água, patos, garça cinza. Chegamos a presenciar uma batalha naval entre os frangos d'água.
Não conhecemos o Jardim Botânico, mas o Vondel Park foi um passeio muito bacana.

Duas cenas exóticas: acima, um mictório a céu aberto em pleno Vondel Park; e abaixo, uma das inúmeras coffeeshops espalhadas pela cidade.
Coisas de Amsterdam.
Não posso deixar de falar de uma característica marcante de Amsterdam: a quantidade absurda de bicicletas e ciclistas. Pra você ter uma idéia da uma olhada no tamanho do Estacionamento de bicicletas que fica ao lado da Central Station.
Vale o aviso: em Amsterdam é mais fácil você ser atropelado por uma bicicleta do que por um carro. Ainda mais pra nós brasileiros que não estamos acostumados. Em muitos lugares, a pista dos carros, a ciclovia e a calçada para o pedestres estão todos na mesma altura e no mesmo nível, a separação é feita apenas pela mudança de cores. O que é um paraíso para os cadeirantes, pode ser um perigo para um turista distraído ou desavisado que corre o risco de ser esmagado por uma centena de ciclistas.
A bela Estação Central de Trem de Amsterdam

Pontualmente às 18 15h, nosso trem partiu de Amsterdam, e em menos de duas horas já estávamos em Bruxelas. Mas isso é história para outro post...