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sexta-feira, 18 de junho de 2010

17 de Junho de 2010 - Exibição no Cinema do longa "Rush: Beyond the Lighted Stage"

Scot McFadyen e Sam Dunn diretores de "Rush: Beyond The Lighted Stage"


Como já tinha comentado na postagem "Rush: Beyond the Lighted Stage" - Documentário sobre a carreira do Trio Canadense
, estava torcendo para que o documentário sobre a história do Rush estreasse no circuito nacional de cinema. Minhas preces foram parcialmente atendidas, pois o filme teve sessão única no dia 17 de junho em alguns cinemas no Brasil, e é claro que eu não podia perder.
Garanti as entradas com uma semana de antecedência, e no dia da exibição nos encaminhamos para o Cinemark no Shopping Downtown na Barra. Chegamos super atrasados, e nossa pressa e desespero assustaram um casal que chegava ao local, pois corríamos e gritávamos frases como "Não vai dar tempo!" e "Parem o filme!".
Entramos na sala , na hora que o filme começou, e praticamente expulsamos as pessoas que estavam indevidamente em nossos lugares, claro que na maior educação...
Eu sei que sou fã declarado da banda, tenho todos os CDs e DVDs e tal, mas recomendo "Rush: Beyond the Lighted Stage" para todos. É imperdível para os admiradores ou não do Rush, para os iniciados e também para aqueles que nunca ouviram falar no trio canadense.
Apesar de não inovar, e começar a contar a história pelo começo mesmo, ou seja, pela infância de Geddy Lee (baixo, teclados e vocais) e Alex Lifesson (guitarra), que se tornaram amigos inseparáveis desde o colégio, e dividiam o amor pela música.
E os menos atentos não perceberão que esse sentimento, o Amor é o protagonista do filme. Foi o Amor presente na amizade verdadeira que uniu Alex e Gedy, que juntos descobriram a música e dividiram o sonho de montar uma banda. Ambos filhos de famílias classe-média, que foram para o Canadá fugindo do Holocausto da Segunda Guerra, tinham no Amor ao Rock uma nova perspectiva de futuro. Os parentes não entendiam o som que faziam, e é impagável o depoimento da mãe do baixista relatando que não gostava das músicas que seu filho fazia com o colega. Uma das cenas mais fortes é quando Alex, ainda adolescente aparece com a família anunciando que iria abandonar a escola pra se dedicar a música, causando um misto de preocupação e desgosto aos pais; é comovente ver o guitarrista agora cinquentão, assistindo as imagens dessa discussão admitindo que errou ao ser tão radical.
Admitir os erros também é uma constante no documentário, por exemplo quando mencionam que exageraram no final da fase progressiva em 1978 no Lp "Hemispheres", e da forma extrema que mergulharam nos teclados e nos sons eletrônicos na fase que começou com o álbum "Signals"em 1982, e foi até "Hold Your Fire" de 1988; que levou a alguns fãs apaixonados, como o baterista Mike Portnoy (Dream Theater) a "abandonarem" a banda, mas que por outro lado permitiram que aumentassem os horizontes, e conquistassem novos admiradores.
Essa característica do Rush de estarem sempre buscando novos sons, de não se preocuparem com tendências ou modismos, mostra mais uma vertente do Amor: aquele que se manifesta ao acreditarem com todas as forças no talento próprio, de não terem desistido, mesmo com todas as adversidades, que não foram poucas.
Os diretores Scot McFadyen e Sam Dunn usaram e abusaram do Amor incondicional dos fãs, representados nos depoimentos emocionados de anônimos e famosos, como o engraçadíssimo ator Jack Black, que descreve perfeitamente a química explosiva que existe entre os 3 integrantes. Tim Commerford (baixista do Rage Against The Machine) se desmancha em elogios a Geddy Lee, dizendo que é seu baixista preferido; Kirk Hammet (Guitarrista do Metallica) conta a enorme influência que solos como os de "La Villa Strangiato" tiveram em sua carreira; Sebastian Bach (ex-vocalista do Skid Row) desmunhecando como nunca, mostra sua carteirinha de membro de um fã-clube oficial do Rush; e Billy Corgan (ex-vocal e guitarra do Smashing Pumpkins) relata que conhecer o som do grupo mudou sua vida para sempre. Um dos anônimos confindenciou que já assistiu a mais de cem shows do Rush (que inveja...).
O Amor também se mostra no respeito que Gedy e Alex sempre tiveram com o novato baterista, que entra em 1974 para gravação do aclamado segundo disco "Fly By Night". Trata-se de Neil Peart, verdadeiro gênio e monstro das baquetas, que tem personalidade totalmente diferente dos bonachões e engraçados fundadores da banda. Essas diferenças sempre foram respeitadas, o que proporcionou a longevidade durante décadas, que foi sempre reforçada na amizade, na admiração mútua, e na excelente música que esses cavalheiros criavam juntos.
Os momentos dramáticos que Peart passou ao perder filha e esposa num espaço curto, que o fizeram cruzar quase toda América do Norte em uma moto, foram retratados, mostrando a dor e a incerteza quanto ao futuro do Rush.
O Amor dos brasileiros também é documentado, mostrando a importância que a turnê pelo nosso país em 2002 teve para o novo recomeço. As imagens do show no Maracanã, onde os 3 integrantes ficaram totalmente impressionados com o púlico que pulava alucinadamente e cantava a instrumental "YYZ", me deixou literalmente arrepiado; principalmente porque eu participei daquele momento inesquecível.
Mesmo os mais aficionados como eu, aprenderão novidades. Eu sabia que o Rush tinha feito vários shows de abertura para o Kiss, mas desconhecia que com isso os integrantes de ambas as bandas ficaram muito próximos, a ponto do Rush apresentar a Paul Stanley (guitarra e vocal do Kiss) o álbum "Caress Of Steel", assim que foi gravado.
O Rush é sem dúvida uma das maiores bandas da história, e nunca tiveram um reconhecimento a altura da importância que tem para o Rock. Provavelmente por nunca se preocuparem em ser a banda do momento, ou de não fazerem um som para ganhar mais dinheiro e vender mais discos.
Como declara Gene Simmons (baixista e vocalista do Kiss) no filme:
"Só existe uma banda como o Rush: Rush!".

Um comentário:

  1. pois é, júnior, o show de 2002 foi histórico. acho que o mais importante da minha adolescência.
    Sergio Luz

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