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segunda-feira, 19 de março de 2012

ERIC CLAPTON, A AUTOBIOGRAFIA - POR MELLISSA MARTINS

Conforme eu anuncie, o Rock`N`Roll4Ever acaba de ganhar uma colaboradora especial: Mellissa de Santana Martins.
Quem acompanha o Blog sabe que a Mell é a leitora mais fiel, e a que mais deixa seus comentários por aqui. Além de por inúmeras vezes contribuir com lindas fotos de shows, sugestões e críticas.
Sempre foi uma devoradora voraz de livros, e ultimamente vem se interessando muito pela leitura de biografias de músicos célebres, um filão que vem ganhando muito destaque nas listas de bestsellers nos últimos anos. Com isso surgiu a ideia de convidá-la para escrever as resenhas de alguns desses livros já lançados no mercado, começando por Eric Clapton.
Aguardem, pois em breve teremos novos posts escritos pela Mellissa.
ERIC CLAPTON - A AUTOBIOGRAFIA
Autor: Eric Clapton
Editora: PLANETA(BRASIL)
Ano de Lançamento: 2008
Nº de Páginas: 400
Preço Médio: R$49,90
Confesso que não sou exatamente fã do senhor Clapton, o conhecia apenas como o deus da guitarra. Fui ao seu show em novembro passado e se eu tivesse lido este livro antes, com certeza teria visto com outros olhos.
O livro chegou as minhas mãos através famoso Batistão, que na ocasião do seu aniversário em 2010, eu o dei de presente, pois o referido é um roqueiro de corpo, alma e coração e contemporâneo da história de Eric Clapton. Razão pela qual achei que fosse um ótimo presente. Nem sei se ele terminou de ler, mas, há algum tempo eu via o livro parado na estante e, como sou uma viciada em ler, o pedi emprestado na segunda semana de Janeiro deste ano.
A história é contada em ordem cronológica, desde sua infância em Ripley,uma cidadezinha perto de Londres, onde foi criado por Rose e Jack Clapp, que são avós dele e não pais como ele pensava. Mas só aos 9 anos ele descobre que é filho de Patricia Molly Clapton. Depois desse episódio, se tornou um garoto recluso, acho que esse foi o momento crucial da formação de sua personalidade, já que ele é assim até hoje, tímido e caladão. Característica dos gênios.
E depois vem o desenrolar de sua vida, passando pela compra do primeiro violão, a descoberta do blues, suas primeiras bandas e o início do seu envolvimento com as drogas. O que me fez ficar bastante dispersa enquanto lia. Sinceramente esses detalhes são bem chatinhos, mas, como se trata de uma biografia, eles são essenciais, afinal, é a vida do cara e como tudo começou. Mas eu, particularmente, não gosto.
Estava mesmo ansiosa para ler a parte que ele se apaixona pela mulher do amigo George Harrison e, ao contrário do que eu imaginava, não “roubou” Pattie. Clapton conta que o casamento deles já não estava bem há tempos e, como o sentimento foi recíproco, ficaram juntos, com o consentimento de George. Eu acreditava de verdade que Eric havia traído o amigo e simplesmente tomado a mulher dele, mas o livro mostrou que não foi bem assim (lógico que foi na visão de Eric, talvez se fosse George contando esse caso a história poderia ter sido bem diferente).
Patti, sem dúvida era uma verdadeira musa, esta bela mulher serviu de inspiração para canções famosas como "Layla", escrita por Eric enquanto ela ainda estava casada com George, e "Wonderful Tonight" composta quando ele a esperava se arrumar para ir a uma festa. Além de "Something" (me arrepio só de pensar nessa música) de Harrison e "Breath on me" de Ronnie Wood. Ou seja, uma mulher marcante na vida dos Rockstars!
Voltando, vi que Clapton foi um tremendo filho da puta com Pattie! Cobiçou a mulher alheia e quando a conseguiu não soube o que fazer com ela. Traiu, sacaneou, brigou a fez de gato e sapato, coitada. A essa altura, já era alcoólatra e viciado em drogas muito pesadas. E ela também. Talvez isso tenha contribuído para desorienta-los. Foi um relacionamento destrutivo para ambos. E o incrível é que em nenhum momento ele atribui a culpa a ela, tanto pelo mergulho nas drogas quanto para o fim do relacionamento.
Ok, talvez ele não tenha sido tão filho da puta assim...

Daí foi só ladeira abaixo, ele chegou ao fundo do poço. Perdeu a mulher, depois de muitas idas e vindas e se isolou em sua casa, um verdadeiro buraco negro em sua vida. A única interrupção notável desse hiato foi sua participação no Concerto para Bangladesh - organizado por George Harrison, e depois no "Rainbow Concert", organizado por Pete Townshed do The Who para ajudar Clapton no vício da heroína. Graças a isso, ele se livrou das drogas pesadas de uma vez, porém, quanto ao alcoolismo, ainda houve algumas recaídas.
Depois de muitas internações ele finalmente conseguiu ficar sóbrio quando foi pai pela primeira vez, de Connor, que aos 4 anos morreu ao cair do prédio que morava com a mãe. Com este triste evento ele compôs a linda e triste "Tears in Heaven" . Nessa parte fiquei comovida de verdade! Meu pai sempre me dizia que a maior dor da vida de um ser humano era perder um filho, porque não obedece à ordem natural das coisas, por isso nem consigo imaginar o que ele passou. Acho que ficou tão abalado que guardou a dor pra si e não entrou em detalhesm a canção serviu como um escape.Finalmente conseguiu se desintoxicar do álcool, no centro de reabilitação Crossroads. E, a partir daí, deu início a um belo projeto que arrecada fundos para o centro, o Crossroads Festival, que roda o mundo com o próprio Clapton e muitos convidados de peso, como Carlos Santana, Buddy Guy, Jeff Beck, BB King, Johnny Winter, John McLaughin, Steve Vai, John Mayer, entre outros.
Prova de que Deus não deixa ninguém sem recompensa, nem mesmo Rockstars, num leilão beneficente de guitarras, ele conheceu sua atual mulher, com quem hoje tem 3 filhas. Ele diz que com Melia sua vida realmente mudou, se tornando um dedicado pai de família e por isso resolveu se aposentar. Claro que isso não aconteceu, porque além do Crossroads Festival, Clapton já fez várias turnês, inclusive a que veio ao Brasil ano passado. Acho que ele é um músico “incorrigível” acima de qualquer coisa.
Ele me pareceu muito sincero no livro, falou abertamente dos seus dramas, do seu apego e desapego instantâneo por suas mulheres e seus projetos . É difícil falar de si mesmo sem ser tendencioso a ressaltar as próprias qualidades e camuflar os defeitos, ainda mais sendo ele um cara famoso. E isso, Eric Clapton não fez. Foi honesto e humilde, deixando muito claro que não se acha um deus como seus fãs o intitulam.
Enfim, me senti muito gratificada por ter a oportunidade de conhecer um pouco da carreira e da vida pessoal dessa lenda viva, Sir Eric Clapton. Vida longa a sua música!
Queria agradecer ao meu namorado José Carlos pela oportunidade de escrever essas linhas e me ensinar muito sobre a música. E também por ter gastado uma pequena fortuna no ingresso do show (rsrs). Aproveito e também me desculpo com os leitores deste prestigiado blog, que estão acostumados a uma leitura de alta qualidade, por lerem o texto tão “desajeitado” dessa amadora.

11 comentários:

  1. Que emoção, olha eu aqui!! rs

    Bjs ;)

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    1. Linda!! Adorei!! Você escreveu muito bem!! Leva jeito! bjs

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    2. Concordo, Cecilia!
      A Mell arrebentou!

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    3. E Mellm pq a emoção? Vc sempre é a presença mais comum aquji no Blog.

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  2. Adorei o livro. A genialidade se justifica em algumas passagens. Concordo quando diz que Patti foi a grande musa e que ele foi um grande fdp. Mas admitir isso num livro o torna um fdp legalzinho. Eu, particularmente travei na parte em que ele está prestes a falar do filho que faleceu naquele acidente absurdo. Fiquei alguns meses com o livro fechado até tomar coragem. Tb não consigo imaginar a dor, nem como conviver com ela.
    Parabéns pelo post.

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    1. Oi Rodrigo, faz tempo que vc nao aparece por aqui. Também gostei muito do postm e o mérito é todo da autora.
      Beijos pra vc e sua família

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  3. Olá, Rodrigo! Que bom saber que alguém compartilha da mesma opinião que eu.
    Obrigada.

    Bjs,

    Mellissa

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  4. Oi Melissa! Não poderia deixar de comentar sua postagem no rock'nrollmusic4ever! Assim como os comentários de Malu Monte, o meu também não apareceu, então, deixo aqui registrado que o blog estava precisando mesmo de um toque feminino e voce o fez com maestria...
    Aguardo as próximas postagens e continue... vc vai longe...
    Parabéns!!!
    Vamos criar um a página: Sou fã da Mellissa Martins. Rsrsrsrs

    Lucineide Marinho (Pink)

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  5. Mellissa, belo texto. Realmente, a biografia do Eric Clapton foi uma das mais sinceras que já li em minha vida. Ele expôs com fidelidade de detalhes todas suas mazelas, seus erros, esquisitices, paixonites, paixões avassaladoras e a trágica morte do seu filho Connor. Me impressionou a parte onde ele, assumidamente ateu, "se encontra com Deus" e deixa seus vícios para trás. Bom saber como surgiram algumas cancções e seus álbuns históricos (e outros nem tanto) e sua fase atual. Sempre digo que as mulheres devam ler este livro e se deliciarem com histórias dignas de um bobalhão apaixonado, quase levando às ultimas consequencias, como ele fez. Parabéns e obrigado por me fazer lembrar dos bons momentos que tive ao ler a Autobiografia.

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