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sábado, 20 de março de 2010

MAIS SOBRE A SAÍDA DE CHARLES GAVIN DOS TITÃS

Charles Gavin quebrou o silêncio e revelou ao jornalista Antônio Carlos Miguel, do Globo Online, os motivos de sua saída do TITÃS após 25 anos de banda e revelou o motivo foi o cansaço da rotina de shows e a necessidade de ficar mais tempo com sua família, e sua saída teria sido acertada no fim de 2009.
A decisão de sair, segundo ele, teria acontecido entre os anos de 2008 e 2009 quando a banda fazia shows da turnê "MTV Ao Vivo" e se preparava para produzir e gravar o mais recente CD, "Sacos Plásticos", quando ele, ao ser consultar com uma analista, achou que "estava com pânico ou depressão" mas o diagnóstico foi estresse e ele teria decidido que chegara "a hora de parar".
Gavin até pensou em ser licenciar por um ou dois anos, mas afirmou que não dá para ficar esse período todo distante pois há "decisões importantes" referentes a carreira da banda e acertou a saída do grupo final do ano passado e que foi mantida sob sigilo até a primeira quinzena de fevereiro - período no qual chegou a fazer shows, sendo o último dia 9 de fevereiro num evento fechado em São Paulo.
Tomada a decisão de sair da banda, Gavin sugeriu através de seu irmão César o substituto Mário Fabre e disse que saiu pela "pela porta da frente e, se amanhã me der vontade, poderá ir a um show, subir ao palco, tocar numa faixa de algum disco dos Titãs".
Apesar de alegar cansaço, Gavin disse que não vai parar de tocar bateria, e diz que convites "vão aparecer" mas que continuará trabalhando em seus projetos paralelos, que em 2010 alguns será apresentação da quarta temporada do programa "Som do Vinil" e a finalização de um documentário que será exibido pelo canal por assinatura Canal Brasil sobre a gravadora Elenco, que abrigou vários artistas da MPB na década de 60, além de mais um lote relançamento de discos antigos da Sony Music.
Em 12 de fevereiro, Charles enviou um e-mail aos fãs, publicado no site “Planeta Titãs”, explicando seus motivos por deixar a banda: “Meu afastamento se deve a um esgotamento físico e mental, provocado pelo que acontece quando uma banda como os Titãs alterna, ano após ano, álbuns e turnês - condição muito bem retratada na música ‘Turnê’, do disco ‘Domingo’”, escreveu. “Apesar de saber que a essência de uma banda de rock ‘n’ roll é estar na estrada, como diz a canção do disco ‘Sacos plásticos’, percebi que não estava feliz - são as contradições da vida.”
No dia em que os Titãs anunciaram a saída de Charles Gavin, as baquetas de uma das mais importantes bandas de rock do Brasil já tinham dono: Mario Fabre. O músico foi sugerido pelo irmão de Gavin e com o aval do próprio, que declarou considerá-lo "um excelente baterista" e responsável por tornar a ruptura "menos dolorosa".
Estreando com a banda em 2 de março em Florianópolis, Mario Fabre tem a missão de tocar na turnê do mais recente disco dos Titãs, “Sacos plásticos”, vencedor do Grammy Latino de melhor álbum de rock brasileiro de 2009.
Aos 41 anos de idade e 27 de carreira, o baterista já tocou com músicos de blues como André Christovam e Flávio Guimãrães, mas se considera essencialmente roqueiro. Uma de suas empreitadas mais recentes foi acompanhar o 999, uma banda punk inglesa formada nos anos 70, em apresentações no Brasil e na Argentina no ano passado.
"Sempre gostei muito de Titãs, Paralamas e The Police, que é uma referência básica. Ouvia muito soul, coisas da gravadora Motown. Daí veio meu interesse pelo blues", conta o artista, que formou uma das bandas pioneiras do estilo em São Paulo, chamada Spirit Blues.
Sobre o desafio de ser o novo integrante dos Titãs, o baterista se diz "tranquilo". “Fizemos dois ensaios, passamos todas as músicas – são quase 30 – e montamos o show”, conta Fabre. “Estou muito contente, eles são muito legais. Entre eles está tudo certo, continuam amigos. É uma grande responsabilidade entrar lá. Imagina ser casado com alguém por 25 anos e depois trocar. É difícil conviver com outra pessoa. Mas rolou uma empatia logo de primeira, é um relacionamento musical. Eu vivi muito a concepção do rock ‘n’ roll. O fraseado de bateria não pode ser complexo nem muito cru, tem que ter um meio termo. É uma questão de experiência. Toco há muito tempo com pessoas extremamente exigentes, que excursionam pelo mundo. A oportunidade que estão me dando é muito boa, e espero que seja para eles também.”
Mario Fabre conheceu Cesar Gavin, irmão de Charles, na década de 1980, quando montaram juntos a banda Bala de Prata. “Seguimos caminhos diferentes, mas a amizade continuou. Por indicação dele, mandei um e-mail para o Charles Gavin dizendo que tinha interesse em fazer um teste para ser baterista dos Titãs, se eles permitissem. Eles foram muito receptivos. Pensei: ‘quem sabe não sou o baterista que eles estão procurando?’”, conta.
O artista não conhecia os integrantes pessoalmente, mas a facilidade para tirar músicas de ouvido o ajudou a conseguir a vaga. “Combinamos de nos encontrar no estúdio, eu fui lá e tirei as músicas. O repertório tinha 12 faixas, incluindo ‘Polícia’, ‘Porrada’, ‘Porque eu sei que é amor’, ‘Marvin’, ‘Go back’, ‘Bichos escrotos’. Depois pediram para tocar ‘A melhor banda de todos os tempos da última semana’. Não me pediram para mudar nada na maneira como eu toco, só alguns detalhes. Falamos mais sobre o repertório, a dinâmica dos shows. À noite, me ligaram avisando que eu tinha sido escolhido.”
Segundo o novo integrante, o clima na banda está ótimo. “Eles estão muito animados para continuar tocando, fazendo shows. Eu acho que a banda não vai mudar nada, vai ganhar mais força ainda. Acho que eles ainda têm muito gás para continuar a carreira, porque têm cultura e fazem boas letras”, diz.
O novo baterista também participou do show "Paralamas & Titãs - 25 Anos de Rock", nos dias 12 e 14 de Março, na capital paranaense, no palco do Guairão, com a casa com ingressos esgotados.

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