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domingo, 7 de março de 2010

MORRE JOHNNY ALF

Faleceu ontem, dia 5 de Março de 2010, em em Santo André, no ABC paulista, aos 80 anos, vítima de câncer de próstata, um dos maiores talentos da MPB.
Johnny Alf foi um dos precurssores do que viria a se chamar de Bossa Nova. Sem dúvida o seu estilo "banquinho e piano" influenciou o "banquinho e violão". O mérito, porém, acabou indo mais para uma turma bem nascida da Zona Sul, do que para o filho da empregada que, praticamente adotado pelos patrões que bancou seus estudos, de piano inclusive.
Mas Johnny Alf nunca fez muita questão de vincular seu nome ao rótulo "bossa nova". "Rapaz de bem", por exemplo, foi composta em 1952 e gravada três anos depois; mesmo assim ficou como marco zero bossa-novista a gravação de "Chega de saudade", em 1958, por João Gilberto.
Para Ruy Castro, Johnny Alf foi o "verdadeiro pai da Bossa Nova". Tom Jobim o admirava muito, a ponto de apelidado carinhosamente de "Genialf".
Na verdade ele é mais um exemplo clássico de artista que teve em vida menos reconhecimento financeiro e prestígio de público do que mereceu. Teve muitas dificuldades para bancar as despesas com o tratamento do câncer, não tinha parentes, e vivia em asilo. Triste fim para um excelente e talentosíssimo músico, possuidor de um estilo marcante e original ao piano, e de uma voz bela e suave. Além de ser compositor de alguns dos maiores clássicos da música brasileira, como "Eu e a Brisa", "Céu e Mar", e a já citada "Rapaz de Bem".

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