Em 2002, assistir a um show do Rush era um sonho considerado impossível; estar no Maracanã vendo o trio em ação foi um momento inesquecível, e até agora considero aquela noite como o "Melhor Show da Minha Vida".
Quem diria que oito anos depois, estava eu novamente de frente pra esses três monstros sagrados?
Dessa vez meus companheiros de aventura foram Daniel Leal (grande colaborador do Blog) e minha gatona Mell (fotógrafa oficial de 90% das fotos de shows que ilustram esse Blog; com excessão dessas do Rush que foi eu mesmo que tirei).
Pela primeira vez fiquei no setor de Pista VIP, mas não tinha como ser diferente, o Rush merece. Foi emocionante, ficamos muito próximo da banda. No Maracanã fiquei também no gargarejo, mas o público ficava numa distância do palco muito maior.
Depois de presenciar o Bon Jovi, voltava à Apoteose pra me maravilhar com 3 horas de magia, da química perfeita de três músicos que tocam junto desde 1974, e que estão na sua plenitude técnica. Maduros é verdade (Geddy e Alex Lifesson têm 57 anos e Neil Peart 58), mas com vitalidade e energia de moleques. Sempre mostrando que estão se divertindo, como se fossem iniciantes ou garotos de uma banda de garagem.
Às 20 h em ponto, começa no telão um divertido e engraçado video, apresentando a nova turnê "Time Machine", até que o Rush aparece no palco e abre com a magnífica "The Spirit of Radio". O som ainda não está bem ajustado, mas fica perfeito já na segunda, "Time Stand Still", que é uma das que sempre quis ver ao vivo, e tem a particularidade de ter o guitarrista Alex Lifeson nos teclados.
O Repertório é excelente, e na verdade se completa com o de "Rush In Rio"; é claro que não tocaram inúmeras músicas que adoraria ouvir, mas na verdade pra conseguir resolver esse problema, a apresentação teria que durar umas seis horas.
Excelentes canções que não foram executadas no Maracanã apareceram agora, como "Presto", "Stick It Out", "Marathon" e "Subdivisions"; e é claro que o contrário também aconteceu.
Houve espaço para as novíssimas "Caravan" e "Brought Up To Believe", canções que estarão no álbum "Clockwork Angels", com lançamento marcado para abril de 2011. Mas o destaque, sem dúvida nenhuma foi o álbum "Moving Pictures" de 1981, ser tocado na íntegra, por isso a a turnê leva o nome de máquina do tempo. Antes porém houve um intervalo de 20 minutos, "porque somos velhos," como alegou Geddy Lee, ou para "tirar água do joelho," como disse o locutor engraçadinho. Durante essa pausa, apreceu no telão um marcador de tempo, que começou marcando o ano de 1974, e lentamente cronometrava a passagem dos anos, até chegar em 2010.
Agradeci a Deus por poder presenciar as músicas desse disco executadas com perfeição na sequência idêntica do disco. Assim como eu, muita gente virou fã do Rush depois de ouvir "Moving Pictures".
Assim como aconteceu em 2002, a galera toda "cantou" a instrumental "YYZ", e mais uma vez fiquei arrepiado. E vi a felicidade estampada nos rostos de todos, tanto do público em êxtase, quanto da banda, que matava a saudade de manifestações que só acontecem em terras brasileiras.
Mais uma vez, o Rush nos brindou com o que há de mais moderno em tecnologia de efeitos visuais em shows. Além de três enormes telões em alta definição, labaredas gigantes de fogos, explosões, fogos de artifício, fumaça, lasers e uma estrutura suspensa cheia de spots de luzes, semelhante a uma aranha gigante (veja foto abaixo), que criava inúmeros efeitos, variando em cada música, criando atmosferas diferentes pra cada momento.
Geddy Lee estava endiabrado. Não é novidade vê-lo cantar, tocar baixo e pilotar os teclados, tudo ao mesmo tempo; mas o cara estava demais, detonando solos matadores em seu Fender Jazz Bass. Sua voz parece não envelhecer, e ele solta seus agudos como se não houvesse amanhã.
Neil Peart é o maior baterista da história do Rock, e a cada turnê compõe um novo solo. Em "MalNar" ele mostra a criatividade, domínio de técnica, e virtuosismo, sem encher o saco, ou cansar o público. Durante seu solo, foi a única vez que usou a parte eletrônica de seu enorme kit, que girava pra Peart literalmente humilhar. Rufando a caixa, atacando com fúria com pedal duplo, e mostrando sofisticação e suavidade no Jazz.
Os ignorantes e os não iniciados tendem a falar que Alex Lifeson não está no nível dos outros dois. Pura besteira. Alex é um dos guitarristas mais iventivos e criativos, usando efeitos originais e muitas vezes inovadores. Ele alterna bases e solos sem deixar buracos, preenchendo os espaços com eficiência e solando com maestria. Pra quem não concorda peço que ouça com atenção "La Villa Starngiato " e "Freewill".
Após o solo de bateria, Lifeson ficou sozinho no palco, atacando com seu violão de 12 cordas, fazendo lembrar os violeiros de música caipira.
As únicas críticas que faço ao show são 3. Primeiro, acho que o volume do som podia ter sido mais alto, dessa forma acho que ficaria com mais pressão. Outro ponto foi o vazio durante o intervalo de 20 minutos, acho que poderia ser usado algum recurso no telão pra ocupar o tempo, como aconteceu na turnê "Vapor Trail".
E por último, o fato do setlist da turnê ser o mesmo em todas as noites. Em julho havia postado emSETLIST DOS ÚLTIMOS SHOWS DA TURNE DO RUSH
o que seria o provável repertório das apresentações no Brasil, e as músicas foram exatamente as mesmas da lista. Acho que poderia acontecer como em 2002, qundo o Rush inclui especialmente para as datas brasileiras as canções "Closer to The Heart" e "The Tress".É claro que esses fatos não comprometeram em nada, e talvez só não considere esse show melhor do que o do Maracanã, por causa da emoção da primeira vez.
Porque foi impecável a perfomance desses três mestres.
É um privilégio, um prazer e uma honra, estar nesta celebração da boa música, e presenciar um concerto com três caras que amam o que fazem, e que ajudaram e ainda ajudam a escrever algumas das páginas mais gloriosas do Rock and Roll.
Encerraram a noite com "Working Man" (do primeiro álbum), que contou com uma primeira parte em ritmo de Reggae, pra depois expoldir com o peso do Rock. Foi de lavar a alma.
Depois que saíram do palco, o telão mostrou um video com os atores Jason Segel e Paul Rudd, da comédia "Eu Te Amo, Cara". A dupla que no filme é fã do Rush, invade o camarim da banda, e cria encrenca com Peart por comer o sanduíche que estava reservado para o baterista.
Espero que cumpram a promessa de voltarem em breve,anunciada por Geddy Lee antes de irem embora. E seria ótimo se já voltassem na turnê do novo disco.
SETLIST:
1-The Spirit of Radio
2-Time Stand Still
3-Presto
4-Stick It Out
5-Working Them Angels
6-Leave That Thing Alone
7- Faithless
8- BU2B - Brough Up To Believe
9-Freewill
10-Marathon
11-Subdivisions
INTERVALO
12- Tom Sawyer
13-Red Barchetta
14-YYZ
15-Limelight
16-The Camera Eye
17-Witch Hunt
18-Vital Signs
19-Caravan
20-MalNar (Drum solo)
21-Closer To The Heart
22- 2112 Overture
23-Far Cry
Bis:
24-La Villa Strangiato
25-Working Man
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Bom, já disse pra vc no msn o que eu acho das coisas que vc escreve...
ResponderExcluirFiquei feliz por estar presente nesse momento tão especial, que como vc mesmo disse "é a celebração da boa música"
Posso dizer que o show, pra mim, foi tão emocionante quanto pra vc. Estar ali vendo aqueles caras tão FODAS tocando a 3m de mim foi de arrepiar! Além da comoção de lembrar do meu pai em cada momento daquele show e me lembrar das primeiras vezes que ouvi "Fly by night" com ele.
Obrigada por me levar pra ver essa apresentação maravilhosa, pois sei que presenciei lendas do rock em ação.
Bjs!
Minha coisinha linda,
ResponderExcluirEu que agradeço por vc estar ao meu lado nesse momento mágico e tão especial.
Beijos
Esse show foi absolutamente maravilhoso!!! E ainda vi num lugar previlegiado na pista premium colado na grade, frente a frente com esses 3 monstos! Sensacional!!! Foram as 3 horas mais rápidas da minha vida!!!rsrs
ResponderExcluirabsurdo um sonho realizado
ResponderExcluirjunior sabe melhor que ninguem o quanto essa banda foi e é especial pra min
depois de 19 anos consegui ver um show do rush
um momento muito especial da minha vida!!!
É Fernando, foi mesmo maravilhoso.
ResponderExcluirFoi engraçado que estávamos tão perto um do outro durante o show, e nem nos encontramos.
Abração
É mesmo, Daniel...Sou 15 anos mais velho que você, né?
ResponderExcluirLembro-me de você com 3 anos de idade (ou menos cantando) "Closer To The Heart" e "Mission".
E quando tinha festa lá em casa, chamava meus amigos pra ver um garotinho respondendo perguntas do tipo: "Quem é o baterista do Rush?", "Qual o nome do guitarrista do Rush?".
Aí colocava uma música do Rush pra tocar, e todos se divertiam te vendo falar que quem tava cantando era o Geddy Lee.
É cara, você era superdotado, quando criança. Quem te vê hoje nem acredita....kkkk
Abraço
CARACA, GALERA, CORRIJAM ISSO AÍ... OS CARAS TOCARAM "THE TREES"!!!
ResponderExcluirCaro Wagner,
ResponderExcluirvocê está muito enganado. O Rush não tocou "The Trees" na Apoteose, apenas no show do Maracanã.
Abraço
Só uma coisa a dizer: O show foi foda!!!!!
ResponderExcluirÉ Vivi,
ResponderExcluirvocê resumiu perfeitamente como foi o show..rssss
Tenho mais uma crítica, com todo o respeito aos monstros sagrados do rock: desde q ouvi pela primeira vez o "a show of hands" sempre sonhei em ouvir witch hunt ao vivo, pois neste show a música ficou ainda mais emocionante q no álbum. Pô, na apoteose eles reduziram a música, que só tocou metade! Fiquei um pouco chateada, mas de resto, ir ao show do rush - de novo - renova as expressões "melhores momentos da minha vida" e "agradeço por estar viva"
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