Ledo engano, Ozzy ainda é uma das maiores vozes do Rock, continua com suas bem sucedidas turnês mundiais, onde inclusive se apresentará pela quarta vez no Rio de Janeiro (já tô lá).
Sob o comando da esposa Sharon, sua carreira solo já completa 30 anos, com 10 discos de inéditas, um de covers, 5 ao vivo, e dezenas de coletâneas.
"Scream" é seu mais novo CD, lançado no ano passado, e é desparado seu melhor desde o clássico "No more tears", de 1991.
O que me chamou atenção de cara foram os arranjos caprichados e a qualidade do som. Méritos da produção de Kevin Churko, do próprio Ozzy, e da banda que foi quase que totalmente reformulada e conseguiu dar um peso maior ao som clássico do "Madman" sem perder a essência.
Com exceção do baixista Rob "Blasko" Nicholson (famoso por tocar com Rob Zombie) que acompanha Ozzy desde 2003 e participou das gravaçõe do CD "Black Rain", toda banda teve sua formação alterada.
A responsabilidade de substituir nas baquetas o selvagem Mike Bordin ficou a cargo de Tommy Clufetos que trabalhou com Blasko nas turnês com Rob Zombie, e também já tocou com feras como Ted Nugent e Alice Cooper e o próprio Rob Zombie. Clufetos mostra pegada e agressividade na medida certa, principalmente nas levadas arrastadas, que são tão características nas canções "osbourneanas".
Os teclados que são bastante explorados nas mudanças de clima em cada canção são pilotados por Adam Wakeman, filho da lenda viva Rick Wakeman, que é amigo de longa data de Osbourne.
O destaque é mesmo o grego Gus G., o cara que entrou para o seleto grupo de guitarristas que acompanharam Ozzy: Tony Iommi (nos tempos do Black Sabbath), Randy Rhoads, Brad Gillis, Jack E. Lee, Joe Holmes, e Zakk Wylde. Gus apesar de jovem, é um virtuose da guitarra, extremamente técnico, é considerado um dos maiores da atualidade.
A química dos músicos e aquela voz chorona (algumas vezes alteradas por efeitos) já é uma garantia de um discão.
Ok, eu sou fã do Ozzy desde criancinha, mas acreditem: o CD é muito bom.
"Let It Die" abre o disco com Gus mandando uns harmônicos à Zakk Wylde, pra sepois mostrar que sabe deixar sua marca num belíssimo e curto solo. Cheia de mudanças de andamento, refrão forte e boa letra, é uma das melhores.
"Let Me Hear You Scream" é a candidata a hit, daquelas que ao vivo deve ganhar muita força, saberemos se estou certo em breve...
"Soul Sucker" com o riff de guitarra arrastado, mais Ozzy impossivel."Lofe Won't Wait" começa como uma baladinha até explodir num solo insano. O disco todo é cheio de nuances, passagens e variações, o que faz sua audição uma atividade longe de ser cansativa. O maior exemplo disso é "Diggin' Me Down", minha preferida, que é quase progressiva, com direito a introdução de violão que deixaria Steve Howe orgulhoso.
"Crucify" e ""Fearless" mantém alto o nível. A balada "Time" se diferencia das outras tradicionais do Heavy Metal pela levada de bateria pouco comum.
A porradaria volta com força total em "I Want It More" e "Latimer's Mercy". E o álbum fecha com a curta "I Love You All", retirada da célebre frase que Ozzy repete durante os shows para agradecer o carinho e a energia que os fãs sempre lhe deram durante todos esses anos de Pauleira e Rock Pesado.
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