O Retiro dos Artistas, localizado na Rua Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro , no bairro de Jacarepaguá, é uma insitituição que acolhe artistas idosos. Lá eles recebem alimentação, acompanhamento médico, fisioterápico e nutricional. Os residentes ainda produzem, expõem seus trabalhos em um centro cultural, que conta com um Teatro e uma sala de cinema.
Fundado em 1918, tem seu funcionamento dependente de doações de dinheiro, roupas, alimentos, móveis e também de trabalho voluntário. Também recebe ajuda de parceiros e doações financeiras e de produtos de pessoas físicas ou jurídicas, como a Rede Globo e a Petrobras.
Outra fonte de renda importante é a já tradicionalíssima "Festa Junina do Retiro dos Artistas", aonde cantores e bandas se apresentam sem cobrar cachê, e o público comparece em massa.
Dessa vez, no mesmo moldes da festa junina, foi realizado o "Aniversário do Retiro", nos dias 3, a e 5 de Setembro, pra comemorar os 92 anos da Casa. Com várias atrações anunciadas pra todos os gostos, como Jorge Vercillo, Isabela Taviani, Flavio Venturini, Milton Guedes, Fundo de Quintal, Toni Garrido, Dudu Nobre, Claudio e Lucinha Lins, Perlla, Leo Maia, entre outros.
Só que ao contrário do evento junino que é super bem organizado, a festa de aniversário deixou a desejar em vários aspectos. A própria divulgação foi mal feita, eu mesmo só soube do evento, porque moro praticamente ao lado.
Estava marcado pra começar as 18 h, mas cheguei na primeira noite às 21h, e ainda não tinha começado. Entramos num Retiro vazio, que com boa vontade, posso dizer que havia no máximo umas 50 pessoas. Uns 15 minutos depois começou a primeira atração, a Orquestra Lunar, grupo formado apenas por mulheres, que tocavam o samba de Dorival Caymmi, Noel Rosa e Chiquinha Gonzaga. Com bons arranjos, e tocando muito bem, as moças tentaram animar os gatos pingados que estavam no local.
Nos intervalos DJ Português colocava uma verdadeira salada musical, e locutores de FMs empolgadíssimos agiam com se a festa estivesse bombando, e enumeravam as empresas patrocinadoras, as atrações da noite, e dos outros 3 dias.
Depois foi a vez do Fundo de Quintal, que melancolicamente levaem 3 músicas no playback, e sairam pedindo desculpa, justificando que estavam chegando de shows em Belém, e que estavam a caminho de São Paulo, e que seus instrumentos foram direto pra lá.
A banda Vitrola tocou ao vivo, num show de mais de 10 músicas, contando com 3 vocalistas. O primeiro imitava Rogério Flausino do Jota Quest com perfeição; as outras duas eram mulheres, uma delas até que gostosinha mas com pouca voz, e a outra bem gordinha e cantando bem.
O primeiro nome de peso foi Toni Garrido. O ex vocalista do Cidade Negra fez um micro pocket show com muita empolgação. Explicou que montou a banda no improviso, com 3 músicos que toparam tocar com ele pra ajudar o Retiro dos Artistas. Rolou "Solteiro no Rio de Janeiro", e os sucessos do Cidade Negra: "A Sombra da Maldade", "A Estrada". Todo mundo empolgado, até que o contra-regra Russo aparece no palco, puxa Toni pro canto, e avisa pra tocar a última música; e atendendo a um pedido de uma fã, ele toca "Girassol", e encerra sua apresentação, que contou com a participação especial do grande saxofonista Milton Guedes.
Sobem ao palco o Tambor Carioca, formada por inúmeros ritmistas e percussionistas, um guitarrista, um baixista e uma cantora. Faziam arranjos percussivos muito interessantes para hits de Jorge Benjor ("País Tropical"), Skank ("Uma Partida de Futebol") e Paralamas do Sucesso ("Alagados" e "Meu Erro"). O problema é que microfone da vocalista estava extremamente alto, e ela gritava bastante, com um timbre não muito agradável, e com um sotaque estranho. Resultado: o público que talvez beirasse os cem, foi se diminuindo drasticamente.
Milton Guedes voltou, agora para sua apresentação solo, que contava com o grande baixista Dunga, que com seus slaps enchia as músicas de swing. Milton fazia um crossover de músicas, cantando por exemplo Tim Maia sobre as bases de Black Eyed Peas. Cantando muito bem, e fazendo solos brilhantes de sax, ele fecha com "Sonho de Uma Noite de Verão", grande sucesso de Milton, que sacudia as pistas de dança e as rádios durante o final dos anos 90. Milton Guedes agradeceu ao público, e avisou para ninguém ir embora porque ainda teríamos Flavio Venturini, que já tinha seu teclado e aparelhagem montados no palco.
Um dos locutores apreece no palco, e pede pro DJ Português colocar a "galera" pra dançar, e fala ao microfone que a festa não acabou, que tem mais 2 dias de shows. Enquanto isso, notava que o teclado ia sendo guardado e o palco desmontado. O locutor volta pra agradecer ao público (que no momento era de mais ou menos 30 pessoas), fala dos artistas que se apresentariam no sábado e domingo, e se despede.
É isso mesmo, acreditem; Flavio Venturini que foi anunciado a noite toda não iria mais tocar, e ninguém foi dar nenhuma satisfação para os otários como eu, que estávamos ali até quase uma da manhã.
Uma das integrantes do fã-clube do Flavio ligou para a empresária pra saber o que aconteceu, e teve a resposta de que Flavio Venturini resolveu não tocar mais porque estava muito vazio. Se isso for verdade, demonstra um desrespeito fora do normal ao público. Porque independente do número reduzido, eram pessoas que pagaram para vê-lo, e o estavam aguardando.
Ok, sei que o evento era pra angariar fundos pra ajudar aos velhinhos, mas eu não sou idiota; e fui tratado como tal. Foi revoltante não darem nenhuma satisfação sobre a ausência de Flavio Venturini, e agirem como se nada tivesse acontecido. E totalmente ofendidos, eu e mais quatro procuramos os produtores para termos nosso dinheiro de volta; e claro que fomos atendidos.
Minha idéia inicial era ir aos 3 dias, mas depois da decepção desisti, e nem sei dizer se foi o mesmo fiasco de público para os outros 2 dias.
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