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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

16 de Outubro de 2009 - LIVING COLOUR NO CIRCO VOADOR


Já tinha assistido a duas apresentações, a última em Maio de 2004 no Canecão; portanto já conhecia muito bem a qualidade e o teor explosivo que resulta quando tocam juntos ao vivo Vernon Reid (guitarra) , Corey Glover (vocal), Doug Wimbish (baixo) e Will Calhoun (bateria).
Somando-se ao fato de que o Living Colour é a minha banda favorita dos anos 90, estava bastante ansioso para vê-los novamente no palco do Circo Voador. Principalmente porque fazia muito tempo desde a minha última visita ao Circo: 1992, num show do Viper, banda paulista de Heavy Metal. (Alguém lembra deles?).
O atraso de mais de uma hora só servia pra aumentar a expectativa, e pra me deixar chapadão com a maconha que era obrigado a consumir de forma passiva, já que a marijuana era usada em escala industrial por muita gente que aguardava o começo do show embalado por muito Reggae e Dub.
Finalmente, às 00:10 hs, o Living Colour começa a apresentação com "Middle Man" (do excelente disco de estréia, Vivid). Junto com a sequêmcia com mais dois petardos: "Time's Up", do álbum homônimo, e "Go Away", do álbum Stain (primeiro com Doug Wimbish), fizeram a galera vibrar e surgiram as primeiras "rodinhas de porrada"... a quanto tempo não vi uma...rsss
Com um som bastante alto, perfeito, bem ajustado e equalizado (nota 10 para a produção técnica da banda e da casa), seguiram com "Sacred Ground" (do quarto álbum Collideoscope).
Com essa sequência cronolígica, de uma música de cada disco, eles tocaram cinco do seu mais recente álbum "The Chair in the Doorway: "Burned Bridges", "The Chair", "Decadance", "Young Man" e "Method". Assim como eu, a maoir parte do público ainda não ouvio o disco. Mas mesmo sendo um material totalmente desconhecido, a platéia interagiu e curtiu as músicas; já que todas elas eram empolgantes, tinham bons arranjos,e os músicos mostravam toda técnica e qualidade em cada número.
Corey Glover, afinadíssimo e carismático, arrebenta como de costume, no tradicional improviso vocal em "Open Letter (To A Landord)", mostrando se tratar de um verdadeiro crooner da linguagem da boa música negra americana, fincando raízes no soul, gospel, blues e jazz.
Em seguida veio "Bi" o hino à liberdade sexual, um dos grandes hits da banda, que contou com um solo de baixo, cheios dos já característicos efeitos.

Durante todo show, os endiabrados Vernon Reid e Doug Wimbish esbanjavam virtuosismo, sem parecerem chatos ou posers. Mas quem estava literamente possuído era Will Calhoun; o cara estava inspirado, realmente destruidor. Com o detalhe de que quase todas as músicas novas eram tocadas com o acompanhamento de batidas eletrônicas, com isso qualquer baterista ficaria travado, se preocupando em não sair do tempo. Já Will não estava nem aí, com viradas animais, quebrando o tempo e fazendo batidas superoriginais, sempre com uma pegada invejável. E ele ainda teve direito a um solo sensacional de bateria aonde as pontas de suas baquetas acendiam luzes coloridas que faziam desenhos incríveis com seus movimentos enquanto tocava.


Depois do solo, levaram uma versão de "Papa Was a Rolling Stone" (sucesso do grupo The Temptations) que emendou com "Glamour Boys", a música mais bem recebida até aquele momento, literalmente todo mundo pulando e dançando.
Numa atitude pouco comum hoje em dia, levaram mais quatro músicas novas: "Behind The Sun", "Bless Those Bless Those (Little Annie’s Prayer)", "Hard Times" e "Out of My Mind". O que serviu pra aumentar a minha vontade de ter logo o CD.
Fecharam com "Elvis Is Dead" e "Type", que transformou Circo Voador numa "rodinha de porrada" gigante. E culminou com um mosh do baixista que foi carregado pela galera.
Todo mundo pediu Bis, e logo voltaram, porque é claro que eles não iam deixar de tocar a minha favorita "Love Rears Its Ugly Head" (que me apoixonei de primeira, ao assistir ao clip na MTV).
E ainda rolou um medley de duas covers "Crosstown Traffic" (Jimi Hendrix)/"Sunshine of Your Love" (The Cream), num tributo aos dois maiores nomes da Guitarra-Rock: Hendrix & Clapton.
Depois teve mosh de Corey Glover, e um segundo de Doug Wimbish. Quando todos já estavam de volta ao palco, se uniram e agradeceram muito ao público, já em estado de graça.
Corey ainda voltou ao microfone e perguntou várias vezes:
- What's Your Favorite Colour, Baby?
E todos respondiam:
- Living Colour!

Sem dúvida, a banda merece muito mais reconhecimento. Pelos músicos talentosíssimos, pelos grandes discos gravados, pelas apresentações memoráveis e inesquecíveis.
E é um saco ouvir a pergunta: "Living O quê?", quando dizia o que ia fazer na sexta a noite.
Azar dos Ignorantes.
FOTOS DE MELLISSA MARTINS

Set List

1. Middle Man
2. Time’s Up
3. Go Away
4. Sacred Ground
5. Burned Bridges
6. The Chair
7. Decadance
8. Young Man
9. Method
10. Open Letter (To A Landord)
11. Bi
12. Solo de Bateria
13. Papa Was a Rolling Stone
14. Glamour Boys
15. Behind The Sun
16. Bless Those (Little Annie’s Prayer)
17. Hard Times
18. Out of My Mind
19. Elvis is Dead/Hound Dog
20. Type
21. Cult of Personality
BIS
22. Love Rears Its Ugly Head
23. Crosstown Traffic/Sunshine of Your Love.

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