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quarta-feira, 6 de abril de 2011

3 de Abril de 2011 - SHOW DO U2 - Estádio Ciudad de La Plata (Buenos Aires - Argentina)

Quem acompanha o Blog sabe que tentei sem sucesso comprar ingressos para os três Shows do U2 em São Paulo. Mas eis que eu e a Mell recebemos via email a propaganda do Click On (site de compras coletivas) de um pacote para uma das apresentações do U2 em Buenos Aires, incluindo duas diárias em hotel e com direito a translado. E em uma conversa pelo MSN resolvemos conhecer a Argentina e finalmente curtir a turnê "U2 360º"; como disse a maitre de uns dos restaurantes que almoçamos em Buenos Aires: "fue matar dos conejos con un solo aporrear". Por fora, o Estádio Ciudad de La Plata é belíssimo, com sua cobertura branca, dando um aspecto futurista. Bem diferente dos eventos similares no Brasil, a entrada foi tranquilíssima, sem fila, sem empurra-empurra e sem correria. Era proibida a entrada de bebidas, então as pessoas jogavam no lixo garrafas, latas e copos antes de adentrarem; no Brasil quando acontece isso, geralmente são jogados no chão, formando um amontoado de sujeira. Pontos para os hermanos. Por dentro o estádio também é muito bonito, e logo de cara ficamos maravilhados com a estrutura magnífica do palco, com seus 4 tentáculos e o telão em 360º. Próximo ao palco ficava a "Red Zone", setor mais caro, que terminava na passarela; dali em diante ficava o setor de Pista, que foi aonde ficamos. Estávamos perto dessa passarela, com boa visão, e aguardamos o começo do show de abertura da banda Muse, ouvindo Mozart, Beethoven, Ravel, Vivaldi e outros mestres da música erudita. O Muse é a banda mais interessante e original do cenário atual. Trazendo influências de progressivo, não no virtuosismo, mas sim na concepção da sonoridade, com massas sonoras em camadas, músicas climáticas, melodias de vocais incomuns. Confesso que nunca escutei um disco do Muse, mas a banda me conquistou logo de de cara. Suas músicas nem são assim tão palatáveis, mas o som que fazem prende a atenção. Ao contrário do que acontece quase sempre, a banda de abertura contou com toda a estrutura da principal: telão, efeitos, e sobretudo o som que estava excelente. O som viajante do Muse combinou com aparato tecnológico da estrutura do "U2 360º". Bono é só elogios ao Muse, durante a apresentação o vocalista agradeceu à banda, e disse que são o maior power trio do Rock desde Jimi Hendrix Experience e The Cream. Exageros a parte, pois Bono ignorou a existência de super trios como Rush e The Police, acho o Muse bastante promissor e desejo acompanhar a sua carreira. Com o fim do primeiro show, os roadies começaram a preparar o palco, o que foi bastante interessante de assistir. Apareceu no telão um relógio, que ao marcar doze horas indicaria a entrada do U2. Mas a chuva resolveu atrapalhar; o estádio é parcialmente coberto, e na parte desprotegida caiu uma forte chuva, que atrasou a equipe, que tinha que enxugar e passar rodos pra evitar o acúmulo de água. Mas logo parou de chover, e ouvi-se a canção "De Musica Ligeira" da banda argentina Soda Stereo, que já teve duas versões em português, a primeira pouco conhecida, "Música Ligeira", feita por Herbet Vianna, gravada pelos Paralamas do Sucesso no disco "9 Luas", de 1998. E a outra, "A Sua Maneira", versão que o vocalista do Capital Inicial, Dinho Ouro Preto, fez para o disco de 2002, "Rosas e vinho tinto". O povo pulou e cantou como se fosse ao vivo. Na sequência, as luzes se apagaram, "Space Oddity" de David Bowie trouxe ps quatros músicos do U2 ao palco, para o verdadeiro delírio, abrindo com "Beautiful Day". Toda civilidade dos argentinos que me impressionou, acabou nesse exato momento, com um empurra-empurra danado, pessoas se apertando tentando chegar mais perto de seus ídolos. Essa situação durou pelo menos nas seis canções iniciais, e piorava nas mais agitadas, como "I Will Follow", primeiro sucesso mundial dos irlandeses. O tempo fechava também quando Bono ou The Edge chegavam às passarelas pelas pontes móveis (como na foto), o aperto era tão grande que chegava a dar falta de ar. Mas o sufoco valeu a pena. O show foi fantástico, com som perfeito desde o início. No quesito estrutura, luz e efeitos visuais foi o melhor que já vi na vida; e olha que já conferi as duas passagens do Rush pelo Rio, Roger Waters, e o próprio U2 em 1998. Bono ainda canta muito bem, e é um dos frontmen mais carismáticos que já vi em ação, controlando o público, que obedecia a seus comandos e cantava a plenos pulmões hits eternos como "I Still Haven't Found What I'm Looking For". O cantor argentino León Gieco, foi anunciado por Bono, que fez backing vocals para o trovador portenho em "Sólo le pido a Dios". León foi ovacionado, e teve seu nome gritado, mostrando como nossos hermanos respeitam e admiram seus artistas locais. Depois vieram duas do discos "Unforgettable Fire": "Pride (In The Name Of Love)" e "Bad", o que me fez voltar no meu tempo de garoto, quando passava as tardes em meu quarto curtindo vários LPs, e contando com a paciêmcia da minha mãe, que naquela época não reclamava do volume alto."Miss Sarajevo" foi a música onde Bono realizou um dos momentos mais tradicionais, quando escolhe uma das meninas para subir ao palco e ganhar seus carinhos. A escolhida foi uma bela morena de cabelos curtos e olhos claros, que não se fez de rogada e tascou um beijo na boca do cantor, que em troca, deitou a cabeça no seu colo, e cantou o resto da canção nesse chamego com a menina.O setlist foi muito bom, dando banho no do show no Autódromo em 1998. Sucessos recentes como "Vertigo" eram misturados com clássicos das antigas. Finalmente pude ver ao vivo o U2, tocando "Sunday Bloody Sunday"; mas achei meio sem pressão, talvez culpa do batera Larry Mullen Jr, que parece dar uma segurada na batida, ao contrário da versão original onde ele senta a mão. Depois de "Walk On", o grupo deixa o palco, e logo aparece o bispo Desmond Tutu discursando no telão, falando das pessoas que lutam pelos seus direitos e buscam um mundo melhor, e que todos devem se unir pra se tornarem um só. Essa foi a deixa para voltarem com a linda balada "One".Tive que segurar a emoção pra não chorar com a introdução de "Where The Streets Have No Name"; é impressionante como essa canção é forte, e como ganha ainda mais força ao vivo, começando lenta com teclados ao fundo e o delay da guitarra de The Edge, até a entrada do baixo pulsante de Adam Clayton, puxando a bateria intensa, fazendo a galera explodir. De arrepiar!Mais uma vez saem do palco, pra voltar no último bis, em "Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me" (da trilha sonora de "Batman Firever"), com Bono usando um paletó de onde saiam lasers vermelhos. "With Or Without You" veio em seguida, com um coro de milhares de vozes incanssáveis. A derradeira da noite foi " Moment of Surrender", que apesar de bela, é totalmente anti clímax pra servir como encerramento. Seria muito mais foda se fechassem com um petardo como "New Year's Day". Mas de qualquer forma, foi uma apresentação fenomenal, numa noite inesquecível.
SETLIST: 1- Beautiful Day
2- I Will Follow
3- Get On Your Boots
4- Even Better Than The Real Thing
5- Mysterious Ways
6- Elevation
7- Until The End Of The World
8- I Still Haven't Found What I'm Looking For
9- Sólo le pido a Dios (Com Leon Gieco)
10- Pride (In The Name Of Love)
11- Bad
12- In A Little While
13- Miss Sarajevo
14- City Of Blinding Lights
15- Vertigo
16- I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight
17- Sunday Bloody Sunday
18- Scarlet
19- Walk On
Bis 1:
20- One
21- Where The Streets Have No Name
Bis 2:
22- Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me
23- With Or Without You
24- Moment of Surrender

3 comentários:

  1. Cara, só de ler me arrepiei toda! Que show emocionante, totalmente inesquecível em todos os quesitos. Ao contrário de vc não consegui deixar de chorar e as lágrimas rolaram em One...
    Noite perfeita, show perfeito, cia perfeita!

    Agora, você não vai contar o pós show? rs

    Bjs

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  2. Oi Mell,
    falei sobre o pós show na postagem seguinte.
    Beijo

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  3. Cara, deve ter sido mesmo emocionante e inesquecível!!! Eu conheço praticamente todas as músicas do U2, por ser minha primeira banda, objeto de pesquisa. Dos meus 17 à 21 anos, eu ouvi todos os álbuns até "How to Dismantle an Atomic Bomb" de 2004. Mas daí casei e passei a ter outras prioridades... Desconheço apenas seu último álbum, de 2009... Eu tenho "War" em LP. Em CD, tenho "Boy", "All That You Can't Leave Behind" e "How to Dismantle an Atomic Bomb" Deu vontade de deixar os Beatles um pouquinho de lado e ouvir meu saudoso U2.

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